A volatilidade é um termo comum no mercado financeiro, que retrata as altas e baixas dos investimentos. Embora ela possa tornar as aplicações financeiras mais arriscadas, quando bem aproveitada, também pode gerar retorno sólidos para investidores astutos.
Mesmo quando os mercados flutuam, quebram ou sobem, pode haver uma oportunidade. A chave para aproveitá-la está em saber o que é a volatilidade e como usá-la ao seu favor, como explicaremos ao longo deste artigo. Acompanhe!
O que é volatilidade?
A volatilidade é a medida da estabilidade de um índice econômico ou do preço de uma ação, título ou mercadoria, segundo o Dicionário Michaelis. No mercado financeiro, o termo se refere à frequência e à intensidade das mudanças no preço de um ativo em determinado período.
Investidores experientes observam a volatilidade dos ativos para determinar como o seu valor costuma oscilar em diferentes cenários econômicos. Embora esse índice não seja uma garantia de que o título ou ação gere bons rendimentos futuros, é uma boa estratégia para saber o risco que apresentam.
Em geral, os ativos mais voláteis são aqueles que apresentam maior risco, sendo indicados para investidores com perfil arrojado.
O que significa dizer que um mercado é volátil?
Dizer que um mercado é volátil significa que ele apresenta grande instabilidade nos preços dos ativos e não consegue mantê-os estáveis por muito tempo. Nesse cenário, é comum que o portfólio dos investidores aumente ou diminua rapidamente de valor.
A imprevisibilidade é outra característica de um mercado volátil, já que o preço dos ativos pode subir e descer rapidamente em curto período. Quanto maiores são essas flutuações, mais volátil é o mercado.
Como a volatilidade funciona?
A volatilidade funciona como um indicador financeiro que ajuda a prever ganhos e perdas, auxiliando o investidor a proteger sua carteira de ativos contra oscilações negativas. É possível mensurá-la por meio de um cálculo específico que apresentaremos mais adiante.
É importante destacar que todos os investimentos são impactados pela volatilidade no preço. No entanto, alguns estão mais suscetíveis do que outros. Em geral, os ativos de renda fixa costumam ter uma volatilidade menor pelo fato dos rendimentos serem fixados no momento da aplicação e estarem associados a índices econômicos como a Taxa Selic e o CDI.
Por outro lado, a volatilidade é maior em investimentos da renda variável como, por exemplo, nas ações. Isso acontece porque o preço de mercado desses títulos são influenciados por agentes externos como a economia do país e global, desempenho da empresa, mudanças no mercado dentre outros.
Quanto mais volátil um investimento, mais ele rende?
Não necessariamente. Isso porque, nem sempre a volatilidade está relacionada ao rendimento do investimento.
Na prática, pode acontecer de um investimento que variou muito ter, ao final de um certo período, um rendimento maior do que aquele que se manteve estável. Do mesmo modo, um ativo que não oscilou muito pode apresentar resultados melhores do que um que sofreu muitas flutuações de preço.
Não existe uma regra, a rentabilidade de um ativo depende de outras variáveis e a volatilidade apenas indica se o rendimento de um determinado investimento apresenta maior ou menor probabilidade de oscilar com base nas estimativas.
Como ela impacta os investimentos?
A volatilidade impacta diretamente as possibilidades de ganhos e perdas dos investimentos. Em geral, ela está relacionada ao risco e é diretamente proporcional a ele. Ou seja, quanto maior ele for, maior é o seu potencial de lucro.
Veja abaixo uma breve demonstração de como a volatilidade impacta nos ganhos de investimentos de diferentes perfis:
Investimento | Nível de volatilidade | Impacto |
Tesouro Direto | Baixo | Baixo risco e rendimentos menores, se comparado a outros tipos de investimentos. |
Debêntures | Moderada | Risco moderado e rendimento mais previsível |
Ações | Alta | Alto risco com possibilidade de ganhos altos |
Fundos de ações | Alta | Alto risco com possibilidade de ganhos altos |
Como calcular a volatilidade?
É necessário calcular a média de variação, variância amostral e desvio padrão para saber o valor percentual da volatilidade. Veja o passo a passo abaixo e aprenda como calcular a volatilidade:
1. Média de variação
Para calcular a média de variação, a qual é a primeira etapa do processo, você precisa determinar o período em que analisará a volatilidade e, em seguida, somar as variações e dividir pelo número total de períodos.
Exemplo: imagine que você deseja calcular a volatilidade de um ano da Ibovespa. Então soma-se a variação de cada um dos 12 meses e divide-se o resultado por 12.
2. Variância amostral
Agora calcularemos a variância amostral, que permite a identificação da flutuação normal do ativo.
Para realizar o cálculo, encontre a diferença entre a variação de cada mês e a variação média (obtida na etapa anterior). Eleve o resultado de cada uma das contas ao quadrado.
Em seguida, some todos os resultados de cada um dos 12 meses (que é o que estamos considerando aqui, mas pode ser qualquer quantidade de meses, depende do período que você definir).
Agora divida o total encontrado pelo número de períodos subtraído de 1 (no nosso caso seria 11).
3. Desvio padrão
Para essa terceira parte, precisamos achar o valor do desvio padrão, que indica a variação do mercado. Para encontrá-lo, ache a raiz quadrada do valor da variância amostral (obtida na etapa anterior).
Some o resultado obtido da raiz quadrada à variação média. E, em outra conta, subtraia o resultado obtido da raiz quadrada pela variação média. Assim você terá dois resultados, o que significa que a volatilidade do investimento oscila entre esses dois valores.
Quais são os tipos de volatilidade nos investimentos?
Existem 4 principais tipos de volatilidade nos investimentos, são eles: cambial, implícita, histórica e real. Possuem aplicações próprias e influenciam os ativos de maneiras distintas. Confira mais detalhes sobre elas a seguir:
Volatilidade cambial
Está relacionada às movimentações ocorridas nas taxas de câmbio. De modo geral, ela é determinada pela variação do dólar. Afinal, a moeda americana é a referência para a maioria das negociações.
Com isso, os investidores e as empresas que dependem da sua cotação ou que negociam contratos de exportação são impactados. Devido a suas características, a volatilidade cambial estimula a expectativa inflacionária.
Isso acontece porque muitos produtos, insumos e matérias-primas são importados. Assim, é um tipo de oscilação que impacta toda a economia internacional.
Volatilidade implícita
Indica a tendência de volatilidade que o mercado está considerando para um determinado ativo. Por regra, a volatilidade implícita tende a aumentar em mercados em baixa e resultar em prêmios com maiores rendimentos e prêmios.
Por outro lado, reduz em mercados em baixa e, consequentemente, influencia em prêmios mais baixos. A volatilidade implícita também é um componente em modelos de precificação de ações, como o Black-Scholes.
O resultado da volatilidade implícita é feita com base nas informações do preço subjacente no mercado futuro ou de derivativos. Por isso, costuma ser usada no cálculo de oscilação de preços de um ativo no futuro e é comum no mercado de opções.
Volatilidade histórica
Consiste no desvio padrão anualizado. Para determiná-la, é preciso multiplicar o desvio padrão pela raiz quadrada do tempo. O objetivo é saber quando a cotação fica longe da média.
Esse é um cálculo útil para definir, por exemplo, os níveis de sobrevenda ou sobrecompra no mercado de ações. Também ajuda a determinar os stops e a definição de alvos.
Vale a pena destacar que a volatilidade histórica já é conhecida no mercado. Por isso, não é preciso fazer cálculos complexos. Basta utilizá-la como referência de expectativa.
Volatilidade real
A volatilidade real, também conhecida como futura, indica a oscilação do preço de um ativo no mercado futuro em uma determinada data. Contudo, essa quantia pode ou não se concretizar. É importante destacar que no dia do vencimento do derivativo, a volatilidade real torna-se histórica, tendo em vista que o valor já é conhecido.
Quais são os ativos com maior volatilidade?
Os ativos de renda variável, como ações, fundos imobiliários, moeda estrangeira e contratos de mercado futuro são os que apresentam maior volatilidade. Explicamos com mais detalhes como a oscilação ocorre em cada um deles:
- Ações: o valor de uma ação varia conforme a oferta e demanda, o que, consequentemente, a faz sofrer grandes e rápidas oscilações;
- Fundos imobiliários: embora tenham uma volatilidade menor quando comparados aos outros, sua variação pode ser considerável a depender da situação econômica nacional, por exemplo;
- Moeda estrangeira: em razão dos cenários políticos, as moedas estrangeiras, como o dólar e o euro, sofrem grandes oscilações em curtos períodos;
- Contratos de mercado futuro: o investidor adquire contratos que envolvem mercadorias que serão negociadas futuramente. Isso significa que, após um determinado período, os valores podem ser alterados drasticamente.
Como usar a volatilidade a favor?
Entender como o mercado financeiro funciona e o que as oscilações de preço dos ativos representam são as melhores formas de usar a volatilidade na sua estratégia de investimentos. Essa pode ser uma tarefa difícil, mas que se torna mais fácil com o passar do tempo.
Desenvolver a educação financeira é essencial nesse processo. Somente dessa forma é possível traçar estratégias específicas e evitar imprevistos. Além disso, é importante que o investidor tome alguns cuidados ao analisar a volatilidade no mercado e ser favorecida por ela, tais como:
- Investidores de curto prazo tendem a sofrer mais com a volatilidade;
- Investidores de fundos podem resgatar seu capital, se os ativos sofrerem uma queda considerável. Com isso, pode haver dificuldade na sobrevivência do fundo;
- O índice de Sharpe é o melhor indicador para verificar se a volatilidade compensa o investimento. Ele traz a performance histórica do ativo para tomar a decisão mais adequada;
- Diversificação ainda é a regra de ouro dos investimentos, tanto para combater os efeitos da volatilidade quanto para aumentar o seu potencial de retorno.
Todas essas regras também valem para investimentos realizados no exterior. Nesse caso, além de fazer a análise, lembre-se de contar com uma plataforma de transferências internacionais.
De que modo podemos analisar a volatilidade de um ativo?
Fazer o cálculo da volatilidade é a principal forma de analisar esse indicador financeiro. Além dela, os investidores podem consultar os dados dos índices Beta e Sharpe.
O primeiro é utilizado na análise fundamentalista. Sua aplicação mensura a sensibilidade de um ativo em relação ao índice de referência do mercado, como o Ibovespa. Ele ajuda aos investidores entenderem o nível de volatilidade de uma ação em relação ao mercado. Esse índice é calculado por meio de uma fórmula matemática e gera 4 possíveis resultados:
- Beta = 1: significa que o preço da ação está intrinsecamente relacionado ao mercado. A taxa de risco é baixa, assim como o retorno.
- Beta < 1: indica que a ação é menos volátil que o mercado, as chances de não adicionar risco a carteira são altas.
- Beta > 1: indica que a ação é mais volátil que o mercado e pode ser mais arriscado adicioná-la a carteira, mas os ganhos tendem a ser mais altos.
- Beta 0: ação inversamente relacionada as tendências do mercado.
Enquanto isso, o índice Sharpe é um indicador baseado no histórico do investimento, sendo comumente usado para avaliar fundos e carteiras. Quanto mais alto ele for, melhor a relação de risco e retorno do investimento.
Volatilidade vs investimentos: considerações finais
A volatilidade é um importante indicador para quem deseja investir e obter bons rendimentos porque ela contribui para que você possa tomar a decisão mais acertada com relação ao investimento que deseja realizar.
E se você planeja realizar investimentos no exterior, vale a pena conta com outras ferramentas para efetuar movimentações financeiras internacionais. Na Remessa Online, é possível fazer operações de envio e recebimento de dinheiro com desconto progressivo nas tarifas.
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Perguntas frequentes
A volatilidade é uma medida utilizada para avaliar a estabilidade do preço de uma ação, título ou mercadoria. No mercado financeiro, esse termo é associado às mudanças no valor de ativos em um determinado período.
A volatilidade funciona como um indicador financeiro que ajuda na previsão de ganhos e perdas de rendimentos de determinados ativos. Quando usada da maneira correta, pode contribuir para proteção do portfólio de investimentos contra oscilações negativas.
A volatilidade cambial, implícita, histórica e real são os 4 principais tipos de volatilidade nos investimentos. Cada uma delas possui suas próprias aplicações e influi nos investimentos de maneira diferente.