O Open Insurance é um projeto de inovação que pretende promover uma abertura do mercado de seguros. Saiba mais neste artigo!
A transformação digital tem propiciado inovações em diferentes setores do mercado, trazendo novidades relevantes para empresas e pessoas. Uma delas é o Open Insurance que, juntamente com projetos ligados ao Open Finance e Open Banking, promete revolucionar os sistemas financeiros com apoio da tecnologia.
Esse movimento está ligado a um processo de abertura com o intuito de trazer mais visibilidade e conhecimento para instituições e consumidores. Por meio dessa iniciativa, clientes poderão compartilhar seus dados com seguradoras, Insurtechs e outras instituições autorizadas pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).
O processo, que está em andamento no Brasil, começou em 2021. Toda a implementação deve ser finalizada em 2023, juntamente com o Open Banking. Afinal, a ideia é garantir a interoperabilidade do ecossistema de Open Finance.
Você se interessou em saber mais sobre o tema? Ao longo deste artigo, vamos explicar como o sistema funciona, seus benefícios, seu cronograma de implementação e mais informações úteis. Continue a leitura!
O que é Open Insurance?
O Open Insurance visa estabelecer um sistema aberto para o mercado de seguros. Isso se dá pelo compartilhamento padronizado de dados e serviços de clientes e instituições. Esse processo será possível por meio de interfaces de comunicação entre sistemas, as chamadas APIs (Application Programming Interfaces). Elas possibilitarão a comunicação entre plataformas e o intercâmbio de dados.
Esse processo tem o objetivo de trazer dinamismo para o mercado de seguros. Ao ter acesso a dados sobre os clientes, empresas do setor ganham mais competitividade e eficiência ao aprofundarem os conhecimentos sobre o perfil do consumidor.
Isso se desdobra em uma série de vantagens. Instituições poderão desenvolver serviços mais relevantes, personalizados e acessíveis para diferentes grupos de consumidores, o que tende a melhorar a jornada de compra do cliente.
Ao mesmo tempo, traz mais transparência e empodera consumidores a fazerem escolhas mais acertadas, conforme suas necessidades e realidade.
Como o Open Insurance funciona?
A ideia do Open Insurance é estabelecer um intercâmbio de dados por meio de APIs também abertas. Essas interfaces funcionarão como uma ponte de comunicação entre sistemas de diferentes empresas.
Um diferencial disso é que elas são compostas por um conjunto de normas e padrões de programação. Ou seja, elas estabelecem essa comunicação de modo ordenado e padronizado. Um fato importante é que suas APIs precisam ser escaláveis, seguras, simples e padronizadas.
Um dado interessante sobre a estrutura do Open Insurance é que esse compartilhamento de dados obedece ao princípio de reciprocidade. Ou seja, uma empresa só pode ter acesso a informações e dados caso ela também forneça os seus sobre produtos, funcionalidades e serviços.
É justamente nesse ponto que reside a inovação. Afinal, com mais transparência e visibilidade, uma série de novidades pode ser possível, como:
- portabilidade;
- facilidade de cotação e contratação de soluções de seguro ou investimentos;
- agregação de serviços.
Outros dois pontos cruciais sobre o Open Insurance são:
- o compartilhamento de dados do cliente só é feito se ele autorizar;
- a SUSEP estipulou um manual e diretrizes que devem ser seguidos. Isto é, desenvolvedores de instituições precisam seguir padrões e regras de desenvolvimento e consentimento.
Quem participa do Open Insurance?
No Brasil, participam instituições de previdência, seguradoras e sociedades de capitalização autorizadas pela SUSEP. Sociedades de grande porte (classificadas como segmentos S1 e S2 pelo Banco Central) são obrigadas a participar. Para as demais, a adesão é opcional.
No futuro, outras instituições de seguros poderão se credenciar ao Open Insurance e fazer parte do processo de agregação e compartilhamento de dados e serviços.
Com mais abertura, a perspectiva é que essa iniciativa beneficie o mercado como um todo, o que inclui startups, pequenas e médias empresas.
Confira a lista completa dos participantes!
Qual é o cronograma de implementação do Open Insurance?
A implementação completa do projeto de Open Insurance no Brasil foi dividida em três fases. A intenção é que o processo esteja concluído em 2023, segundo um calendário escalonado divulgado pela SUSEP.
Conheça mais detalhes sobre o projeto.
Fase 1 – dados públicos de instituições e seguradoras
A fase em andamento se caracteriza pelo processo em que instituições disponibilizam seus dados de modo padronizado. Aqui, informações sobre produtos, serviços e canais de atendimento são compartilhadas.
Esse processo vai tornar a comparação de produtos e serviços financeiros por parte do cliente mais fácil. Dessa forma, será mais simples escolher soluções com base em suas necessidades e prioridades.
Fase 2 – compartilhamento de dados pessoais do consumidor
Essa etapa, que deve iniciar em setembro de 2022, será o momento em que o consumidor poderá escolher compartilhar seus dados com as seguradoras. Isso reforça que tal processo só é feito mediante autorização do detentor dos dados.
Com esse compartilhamento consentido, empresas podem elaborar novas soluções e se dedicar na criação de produtos e serviços personalizados e voltados para o perfil do cliente.
Vale destacar que as pessoas podem escolher deixar de compartilhar os dados a qualquer momento.
Fase 3 – compartilhamento de serviços de iniciação de movimentação
A última fase está programada para dezembro de 2022 e com final previsto em junho de 2023. Ela será voltada para a implementação de serviços ligados à experiência do cliente.
Aqui, serão realizados procedimentos sobre contratação de seguros, planos de previdência abertos e títulos de capitalização. Também serão contemplados serviços como:
- portabilidade;
- resgate;
- aviso de sinistro;
- pagamentos, entre outros.
Assim, consumidores poderão enviar e contratar serviços e propostas de seguros e soluções financeiras, ganhando mais autonomia e liberdade no acesso.
Quais são os pilares do Open Insurance?
Essencialmente, o Open Insurance se apoia em três pilares.
1. Open Innovation
Um processo que envolve o fluxo de conhecimento sem fronteiras, perpassa organizações e atinge o público.
O amplo compartilhamento de dados movimenta o mercado de seguros, permitindo que outras empresas possam ter insights para criação de soluções. Isso potencializa e fortalece esse mercado.
2. Experiências digitais
As necessidades por mais experiências digitais surgiram diante de vários fatores. Por exemplo, o processo de transformação digital, a pandemia de Covid-19 que impulsionou interações online e diversos eventos socioeconômicos.
Diante dessas mudanças, é preciso que o público tenha acesso a mais serviços digitais. Nesse ponto, os objetivos do Open Insurance e Open Finance são aproximar o público do digital e melhorar a experiência do usuário como um todo. Isso tudo com base em tecnologia e análise de dados.
3. Novos modelos de negócios
Outro fator importante da iniciativa é propiciar o surgimento de novas soluções e negócios. Ao viabilizar que produtos de seguradoras se tornam mais acessíveis, o ponto central é fazer com que processos se tornem mais ágeis e eficazes. Dessa forma, fomenta a inovação no setor.
Quais são as principais vantagens do Open Insurance?
Iniciativas inovadoras como o Open Insurance entregam uma série de benefícios para consumidores, instituições e mercado. Confira as principais a seguir.
1. Cidadania financeira
O Open Insurance estimula que novos produtos e facilidades surjam no mercado. Por meio da tecnologia, é possível que clientes tenham acesso a aplicativos e sistemas que possibilitem um controle facilitado de suas finanças. Além disso, a praticidade e a transparência colaboram para aumentar a adesão de serviços de seguradoras, tornando-os mais populares.
2. Inovação e otimização dos serviços
O uso de análise de dados e tecnologias avançadas permite que todo ecossistema relacionado a seguros se aprimore. Além disso, graças à integração, é possível que serviços se tornem mais ágeis, seguros e eficientes, oferecendo ainda mais valor aos consumidores.
3. Experiência do cliente aprimorada
Um dos pilares do Open Insurance é melhorar a experiência do consumidor e empoderar clientes no momento da escolha de serviços financeiros.
Por conta do mapeamento de dados dos usuários, instituições poderão desenvolver ofertas e produtos mais personalizados, aumentando a satisfação do público.
4. Integração de produtos e serviços
Centralizar serviços de seguros em um só lugar é extremamente benéfico para o usuário. Poder cotar e contratar produtos, como seguro viagem e assistência médica, em um mesmo sistema é muito mais prático.
Para empresas, isso pode alavancar vendas, uma vez que o cliente é estimulado a fechar múltiplos negócios.
Além disso, no futuro, a integração total com o Open Banking abrirá a possibilidade de uma pessoa consolidar toda sua vida financeira em um mesmo ecossistema.
O Open Insurance é uma iniciativa e um projeto alinhado com os movimentos do mercado e do público contemporâneos. À medida que o mundo se move em direção à inovação e à cultura de dados, é natural que outros nichos acompanhem esse processo. Assim, ganham mais transparência, agilidade e inteligência.
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Resumindo
O Open Insurance é um projeto que visa estabelecer um sistema aberto e integrado entre instituições, seguradoras e consumidores. O seu objetivo é proporcionar mais transparência, agilidade, competitividade e melhora dos serviços.
No Open Insurance, consumidores e provedores de soluções de seguros poderão compartilhar suas informações e dados. Dessa forma, o cliente tem mais liberdade de autorizar com quem compartilha suas informações e tem acesso facilitado a serviços e produtos. Como resultado, o usuário tem maior autonomia para cotar e contratar as ofertas que preferir.