Quando o assunto é economia e mercado financeiro, historicamente, o petróleo está entre os recursos naturais mais importantes e cobiçados do mundo. A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) é a instituição responsável por determinar as regras da política econômica mundial da produção e circulação petroleira, garantindo a estabilização entre esses mercados.
No entanto, a organização não representa o interesse de todos os países que produzem petróleo no mundo, pois eles não fazem parte da instituição. Porém, acaba influenciando na política dessas nações também. Por esse motivo, há uma discussão mundial sobre a criação de uma OPEP BRICS.
Isso quer dizer, uma organização com os países que fazem parte do Brics, que são: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Neste artigo, você vai entender melhor sobre esse assunto e entender se a OPEP Brics vai realmente existir. Confira!
O que é a OPEP?
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reúne as maiores nações produtoras de petróleo do mundo. Responsável por determinar as regras comerciais de produção e circulação do petróleo em todo o mundo, a OPEP foi criada em 1960 e, atualmente, é composta por 13 países.
As definições da organização refletem no preço dos combustíveis, na oscilação do barril na bolsa e até no câmbio em todo o mundo – até mesmo nas nações que não fazem parte da organização, como o Brasil.
A OPEP também é responsável por garantir a estabilização entre os mercados produtores de petróleo, garantindo que o fornecimento será eficiente para os países que consomem o recurso e que o retorno para os produtores seja justo.
Como a OPEP influencia na política econômica mundial?
Os países membros da OPEP detêm a maior parte das reservas de petróleo do mundo. Por isso, a organização dita as regras de venda e produção desse recurso. Dessa forma, os países que formam a OPEP conseguem influenciar sobre a prática de preços e vender o petróleo a valores mais altos.
Em contrapartida, os países que não fazem parte do grupo acabam sendo mais afetados, com a imposição da política econômica definida pela OPEP.
Como forma de driblar essas imposições, alguns países têm adotado outras medidas, como o uso de novas tecnologias – é o caso do fracking, nos Estados Unidos. Um dos resultados dessas novas iniciativas foi a elevação no volume da produção do petróleo. Isso aumentou a oferta do recurso natural e manteve seu preço a patamares mais baixos.
Outra forma de lidar com as determinações da OPEP são os rumores da criação de uma OPEP BRICS, criada pelos países que formam o grupo emergente e até uma possível união entre ambos. De acordo com relatos no Twitter, os países da OPEP se juntarão ao BRICS. É o caso da Arábia Saudita que já teria feito sua inscrição.
No relato publicado na rede social diz que os países bem-sucedidos do grupo podem usar o Sistema para Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS) como um meio de pagamento alternativo, baseado em rublo, e assim não será mais necessário usar o dólar como reserva.
Por outro lado, de acordo com o portal de notícias oficiais da Rússia, Sputnik, o BRICS não tem intenção de criar sua própria versão da OPEP. É o que afirma Pavel Knyazev, diretor adjunto do departamento de planejamento da política externa da chancelaria russa, “BRICS não irá definitivamente criar uma BRICS OPEP, sendo que dos países que integram o bloco somente a Rússia e em certa medida o Brasil são exportadores, todos os outros são sobretudo importadores”.
Apenas a Rússia e o Brasil são exportadores de petróleo no BRICS, os demais países, que formam o grupo são apenas importadores.
Durante a pandemia, causada pelo novo coronavírus, a demanda por produtos originários do petróleo caiu consideravelmente. A diminuição nas viagens de avião e outros veículos em geral fez com que o uso de diversos combustíveis sofressem uma queda drástica.
Com isso, os depósitos de petróleo começaram a acumular reservas, o que impactou no preço de venda do recurso e das ações na bolsa de valores. Em abril de 2020, os membros da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) fizeram um acordo para reduzir a produção de petróleo em 9,7 milhões de barris de petróleo por dia para os meses de maio e junho.
O que é o BRICS?
O BRICS é um grupo econômico formado por cinco países do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ao contrário dos blocos econômicos, inicialmente, o BRICS foi criado como um modelo internacional de agrupamento informal que não tem qualquer interferência sobre a economia internacional.
Isso porque o grupo não conta com nenhum tipo de registro oficial, estatuto ou carta de princípios.
O nome do grupo é formado pelas iniciais dos nomes de cada país e foi nomeado pelo economista Jim O´Neil, em 2001. O “s” minúsculo no final foi utilizado para designar o plural de BRIC.
A ideia da formação era unir países com potencial econômico para superar grandes economias mundiais dentro do prazo de cinquenta anos.
Em 2011, a África do Sul foi incorporada ao BRIC. Desde então, o grupo passou a se chamar BRICS, com o “S” maiúsculo no final, representando o novo membro: South Africa. O grupo é detentor de mais de 21% do PIB mundial e é formado pelos países que mais crescem no mundo.
Além disso, os países do BRICS constituem 42% da população mundial, 45% da força de trabalho, é formado pelos maiores países do mundo em território e detém o maior poder de consumo do mundo. A China, por exemplo, já é considerada como uma das maiores potências econômicas mundiais. Você pode conferir outras informações sobre o BRICS no site do IPEA.
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Resumindo
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reúne as maiores nações produtoras de petróleo do mundo. Responsável por determinar as regras comerciais de produção e circulação do petróleo em todo o mundo, a OPEP foi criada em 1960 e, atualmente, é composta por 13 países.
O BRICS é um grupo econômico formado por cinco países do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ao contrário dos blocos econômicos, inicialmente, o BRICS foi criado como um modelo internacional de agrupamento informal que não tem qualquer interferência sobre a economia internacional.
De acordo com o diretor adjunto do departamento de planejamento da política externa da chancelaria russa, Pavel Knyazev, o BRICS não tem intenção de criar sua própria versão da OPEP.