Política Monetária: o que é e como funciona?

A política monetária é uma forma de controle econômico utilizada para regular a oferta de moedas em circulação no país porque uma de suas principais metas é controlar a inflação no país. No Brasil, as políticas monetárias são executadas pelo Banco Central do Brasil.  

Acompanhe o artigo abaixo para entender melhor sobre como funciona a política monetária no Brasil e quais instrumentos são usados para o controle da moeda brasileira. Vamos lá?

O que é Política Monetária?

De forma simples, a política monetária é uma ferramenta de controle econômico de um país. Em suma, é o conjunto de medidas que um Governo estabelece para que exista o controle da oferta da sua moeda na economia, ou seja, a sua liquidez. Isso acontece por meio de medidas tomadas por autoridades do ramo econômico (Bancos Centrais e demais instituições subsidiárias). 

Assim, a política monetária interfere diretamente na economia de um país, já que o Estado tem o poder de impactar diretamente a inflação e a taxa de juros. 

O principal agente

No Brasil, as políticas monetárias são executadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen), uma autarquia federal que, por meio de seus órgãos internos, define taxas de juros.

Além disso, para normatizar as ações do Bacen, existe o Conselho Monetário Nacional. Também tem o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), que é a entidade do Bacen que define as taxas de juros praticadas pelo Estado.

Como atua o Bacen e qual é a sua principal meta

A principal meta da política monetária é manter a inflação sob controle. Para que isso ocorra, o Governo estabelece um regime de metas de inflação, que são fixadas no início de cada ano. Sendo assim, o Bacen atua utilizando os  instrumentos de política monetária para cumprir tais metas. 

Além disso, existe uma margem de tolerância. Por exemplo, se a meta da inflação em determinado ano for de 4,5%, com uma tolerância de 1,5% para mais ou para menos, caso ela fique entre 3% e 6% a meta será considerada cumprida. 

Política monetária influencia na emissão da moeda.

Os principais mecanismos

Os instrumentos da política monetária podem promover o aumento ou a redução da quantidade de moeda em circulação. No Brasil, alguns desses instrumentos que estão à disposição do Governo são:

1. Recolhimento compulsório

O recolhimento (ou depósito) compulsório funciona como uma forma de restringir a moeda em circulação do país, tirando-a diretamente dos bancos e, assim, não chegando à população. 

Podemos dizer que o recolhimento compulsório é uma taxa que os bancos pagam ao Banco Central, que pode ser feito em moeda ou em títulos públicos federais. Essa taxa percentual é cobrada em transações relacionadas aos produtos bancários e é definida pelo próprio Bacen, de acordo com a conveniência.

Ou seja, quando é preciso reduzir a atividade econômica no país, o Bacen eleva essas taxas. Desta forma, os bancos têm menos recursos disponíveis para emprestar para a população, atendendo assim a necessidade econômica de diminuir a quantidade de moeda em circulação. 

Por outro lado, quando é necessário que se tenha mais moedas circulando, a taxa obrigatória é reduzida pelo Bacen, o que faz com que os bancos tenham mais recursos para o oferecimento de crédito. 

Assim, o Banco Central interfere nas atividades econômicas do país e, consequentemente, na inflação. 

2.  Taxa de Redesconto

Outro instrumento da política monetária é a taxa de redesconto, que é uma taxa de juros cobrada pelo Bacen nos empréstimos feitos aos bancos comerciais. É por esse motivo que o Banco Central é chamado de “banco dos bancos”. 

Essa é uma forma de controle monetário porque, quanto maiores as taxas pagas pelos bancos, também serão altas as taxas cobradas dos clientes, dificultando esses empréstimos e diminuindo a moeda em circulação.

Já quando o Bacen nota que é preciso de mais moeda circulando na economia, essas taxas são reduzidas. 

3.  A taxa de juros

Outro dos principais mecanismos da política monetária no Brasil é a alteração da taxa básica de juros (a taxa Selic). 

Aqui, podemos dizer que quando a taxa Selic é elevada, as taxas cobradas pelos bancos também se eleva. Sendo assim, a decisão para o aumento ou diminuição da taxa básica de juros é tomada de acordo com os interesses do Bacen de reduzir, ou impulsionar a inflação. 

Isso porque, com a taxa de juros mais alta, o acesso ao crédito é mais difícil, diminuindo o poder de compra dos brasileiros. O que vai fazer com que a demanda caia e, portanto, os preços também. Consequentemente, há a diminuição da inflação. Já o contrário acontece com as taxas de juros mais baixas

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