Proventos: o que são, quais os tipos e como receber

Um passo fundamental na decisão onde investir seu dinheiro é compreender as vantagens do investimento. O modo de geração de proventos é um dos fatores a serem considerados para avaliar as oportunidades de ganho de rendimento das ações.

A busca pelos proventos faz parte do universo dos investimentos, pois é responsável pelo crescimento de patrimônio. A produção de renda passiva transforma o futuro do investidor, sendo responsável por impactar significativamente sua vida, beneficiando novos investimentos futuros e até mesmo sua aposentadoria.

Neste contexto, saber mais sobre o que são os proventos e como recebê-los faz toda a diferença ao considerar investir em uma ação. Neste artigo, fique por dentro de todas essas informações!

O que são proventos?

Proventos são os benefícios recebidos pelos acionistas e cotistas em diferentes tipos de ações. Sendo assim, trata-se de uma renda passiva com base em rendimentos, dividendos, bonificações e outros tipos de pagamentos. 

Podemos citar como exemplo de proventos os pagamentos feitos a acionistas de investimentos como os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) e Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs).

Entendendo melhor como funcionam os proventos, é possível aprender a elevar os ganhos em um investimento e como lançar estratégias no mercado de capitais para gerar renda passiva e ter vantagens financeiras com um bom planejamento.

Os proventos também podem se relacionar com a valorização das cotações. Por isso, é importante avaliá-los para identificar oportunidades interessantes de remunerações mais elevadas e fazer a gestão de riscos em investimento de renda variável.

Quais são os tipos de proventos?

1. Dividendos

Dividendos são pagamentos realizados após a apuração do lucro líquido por empresas de capital aberto. O montante é definido anteriormente, em assembleia. Sendo assim, após o cálculo, cada acionista tem direito ao recebimento proporcional à quantidade de ações obtidas.

Vale a pena destacar que os dividendos são tipos de proventos isentos de Imposto de Renda. No entanto, devem ser devidamente declarados junto às ações ou investimentos em BDRs.

2. Juros sobre capital próprio

Juros sobre o capital próprio é um provento relacionado ao lucro líquido das empresas. Porém possui uma diferença contábil, pois conta com a tributação de 15% no Imposto de Renda retido na fonte, que é cobrada na data do pagamento ou crédito. Sendo assim, é fundamental para os investidores e empresas acompanharem o lucro tributável.

3. Bonificação

Proventos chamados de bonificações são provenientes da aquisição de novas ações, de uma empresa que você investiu, sem custos adicionais. Esse é um benefício a longo prazo, escolhido ao se investir em organizações com um bom planejamento e potencial de crescimento. 

Existe também a possibilidade de restar frações de ações após a distribuição da bonificação. Isso ocorre quando o resultado da divisão proporcional não gera números inteiros, como o recebimento de 1,5 ação.

As frações de ações bonificadas também são proventos e podem ser vendidas ao mercado acionário ou a atuais acionistas da mesma empresa. Com isso, é possível receber pelo valor oferecido. Além disso, se forem abaixo de R$ 20 mil por mês, podem ser declaradas como “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” no Imposto de Renda.

4. Direitos de subscrição

Direitos de subscrição são benefícios que oferecem a garantia de prioridade para a compra de ações preferenciais aos atuais acionistas e cotistas. Nesse caso, é possível levar os títulos por preços mais favoráveis quando as empresas geram novas oportunidades de investimentos.

Os direitos de subscrição são distribuídos conforme a proporção das ações que os atuais acionistas e cotistas já têm na empresa. São proventos vantajosos para investir em companhias com altas perspectivas de crescimento. Caso não tenham interesses, os acionistas podem negociar os seus direitos de subscrição no mercado.

5. Rendimentos

Os rendimentos são proventos relacionados, principalmente, aos Fundos de Investimentos Imobiliários (FII), cujos 95% do lucro líquido deve ser distribuído. Além disso, trata-se de um exemplo de renda passiva contínua, pois a maioria dos FIIs realizam o pagamento em um período mensal. É isento de Imposto de Renda, embora seja obrigatória a declaração de renda pessoal anual superior a R$ 28.559,70. Por isso é importante ter acesso ao Informe de Rendimentos.

Como receber proventos?

Para receber proventos, é necessário investir em ações ou Fundos de Investimentos. Para elevar as remunerações e os benefícios, é interessante dar preferência por opções mais rentáveis ou que apresentam potencial de crescimento. 

O pagamento de proventos costuma ser realizado por meio da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), com depósitos na conta do titular, automaticamente, no mesmo dia.

Em todos os casos de pagamentos de proventos, a análise de risco ao investir é válida, uma vez que permite avaliar estrategicamente as opções de investimento e fazer aplicações em opções com mais chances de sucesso. Esse cuidado auxilia na escolha alinhada ao seu perfil de investimento.

O intervalo de pagamento dos proventos varia de acordo com o tipo de investimento e a companhia. É possível encontrar pagamentos que variam de períodos mensais a anuais. Sendo assim, esse é mais um fator a ser analisado ao escolher as ações ou fundos.

Quando os proventos são pagos?

Os proventos são pagos em diferentes tipos de datas, conhecidas como “com”, “ex” e data de pagamento. Esses prazos se distinguem em relação à forma de distribuição dos lucros líquidos e aos fundos ou empresas com ações.

As regras que definem as datas de pagamentos de proventos e quais as diferenças entre elas são:

1. Data “com”: prazo limite para o recebimento de ativos

Conhecida como “data com dividendos”, a data “com” é o limite de prazo para que cada investidor tenha os seus ativos corretamente na carteira. Com isso, têm o direito de receber pelos seus proventos, como os dividendos e os juros sobre capital próprio.

No entanto, se as ações forem vendidas ou negociadas anteriormente à data “com”, os proventos não são mais pagos para esse investidor, e sim à nova pessoa acionista que assumiu os papéis.

2. Data “ex”: prazo limite para recebimento de ativos que é após a data “com”

Data “ex”, ou “data ex-dividendos”, refere-se ao primeiro dia em que uma ação é negociada sem o direito ao próximo pagamento de dividendos. Isso significa que compradores dessa ação, a partir dessa data, deverão esperar o anúncio do dividendo seguinte. 

Esse momento é crucial para investidores, pois impacta diretamente o valor da ação e determina quem tem direito ao lucro distribuído pela empresa. Portanto, para garantir o recebimento dos dividendos, é necessário adquirir as ações antes da data ex-dividendos.

3. Data de pagamento: dia em que os proventos serão pagos ao acionista

A data de pagamento é o dia em que, de fato, os proventos são pagos ao acionista. Sendo assim, até o final do dia, é possível ver os valores na conta do titular que está associada à corretora ou à empresa em que realizou o investimento.

Como escolher o melhor provento?

Para saber como escolher os melhores proventos, deve-se analisar indicadores financeiros e acompanhar o andamento das empresas ou fundos e ter acesso a relatórios de resultados para melhor auxiliar nesse trabalho. Isso vai ajudar a identificar oportunidades de maiores ganhos e se tornar um investidor qualificado. 

Para escolher o melhor provento com base em análise de indicadores úteis:

1. confira o Dividend Yield (DY);
2. considere o Dividend on Cost ou Yield on Cost;
3. observe o Payout;
4. calcule o Lucro por Ação (LPA);
5. estude o crescimento das receitas.

1. Confira o Dividend Yield (DY)

O Dividend Yield (DY) é uma métrica capaz de mensurar o rendimento de uma ação a partir do pagamento de dividendos. Desse modo, utiliza uma taxa de relação entre os proventos da empresa e o preço das ações na Bolsa de Valores.

Ao analisar uma ação, é preciso ter em mente que o valor dos proventos pode variar de acordo com o período, a lucratividade desse intervalo de tempo, o plano de crescimento da empresa, as metas definidas na organização, entre outros fatores. Por esse motivo, maiores DY significam maior distribuição de dividendos em relação ao preço.

2. Considere o Dividend on Cost ou Yield on Cost

O Dividend on Cost, conhecido também como Yield on Cost, diz respeito ao rendimento de uma ação ou um fundo em relação ao investimento. É uma métrica que divide os dividendos recebidos pelo valor médio de aquisição das ações, sem considerar as cotações do mercado.

A diferença do Yield on Cost em relação ao DY é que, aqui, o preço de mercado não é levado em consideração. Dessa forma, o Dividend on Cost entrega apenas a porcentagem do retorno sobre o investimento. Quanto maior for essa taxa, mais lucrativos tendem a ser as ações ou os fundos.

3. Observe o Payout

O Payout é um índice que auxilia na visualização da proporção do lucro líquido de uma empresa distribuído aos acionistas ao longo de um determinado período. Essa métrica é útil em tipos de proventos como os dividendos e os juros sobre capital próprio.

Nesse caso, é importante considerar que os negócios que ainda estão em processo de crescimento tendem a reter uma maior porcentagem dos lucros. Desse modo, a distribuição é realizada apenas conforme os valores estabelecidos no acordo e no estatuto, sem muitas possibilidades de aumento da alíquota nesse período.

Por outro lado, companhias que já estão consolidadas no mercado e visam alcançar cada vez mais acionistas fidelizados tendem a apresentar um Payout mais alto, com distribuição acima do mínimo estabelecido. Consequentemente, quando isso ocorre, os proventos são maiores.

4. Calcule o Lucro por Ação (LPA)

O Lucro por Ação (LPA) é um indicador que utiliza como base de cálculo a divisão do lucro líquido pela quantidade de ações que a empresa apresenta. Por esse motivo, trata-se de uma métrica que avalia a lucratividade da organização.

Esse é um fator importante a ser observado, pois é possível traçar um comparativo intraempresarial, com base na trajetória da companhia no mercado. Isto é, com o LPA, os investidores podem ver se a empresa está elevando os lucros ao longo do tempo e se é um bom momento para realizar mais investimentos, vender ações ou manter as aplicações.

No geral, um LPA alto significa que as ações da empresa tendem a ser mais rentáveis. Com isso, indicam um bom momento para investir ou negociar os papéis por valores mais altos no mercado.

5. Estude o crescimento das receitas da empresa que você for investir

O potencial de geração de receitas de uma empresa também pode ser considerado na hora de escolher um investimento a realizar. Afinal, a lucratividade de um negócio pode ser baixa durante um período, mas o faturamento tende a aumentar com as iniciativas realizadas pela organização.

Em contrapartida, empresas com diminuição da receita e má gestão do caixa podem apresentar maiores desafios na geração de lucros líquidos para proventos de investidores. Por esse motivo, podem apresentar mais riscos nos investimentos.

Como aproveitar os proventos?

Os proventos podem ser aproveitados como fonte de renda passiva. Sendo assim, cada investidor escolhe como utilizar os valores ou as ações recebidas como retorno sobre os investimentos.

Algumas pessoas optam por aproveitar esses valores para planejar a aposentadoria. Outras, escolhem aplicar o retorno sobre os investimentos em novas ações ou fundos para garantir uma carteira diversificada.

Em suma, é possível aproveitar os proventos recebidos das mais variadas formas. O importante é contar com um bom planejamento para os investimentos e uma gestão de risco eficiente para elevar ao máximo as remunerações.

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