Hedge cambial: o que é, como funciona e qual a finalidade

O hedge cambial é uma opção para quem quer proteger o capital contra a oscilação da cotação do dólar. Entenda o que caracteriza essa operação.

Em operações de comércio exterior ou investimentos em outros países, você precisará usar o hedge cambial. Esse termo designa uma operação do mercado financeiro para proteger investimentos. Em outras palavras, a ideia é diminuir ao máximo a perda de dinheiro com as variações do dólar.

Portanto, essa é uma estratégia com foco na proteção do seu capital. Por esse motivo, é fundamental compreender essa operação e utilizá-la em negócios feitos em moedas estrangeiras.

Para esclarecer tudo sobre o assunto, preparamos um conteúdo completo respondendo as principais dúvidas sobre o hedge cambial e como ele funciona. Continue a leitura e se informe!

Como o hedge cambial funciona na prática?

O hedge cambial funciona a partir do uso do dólar como estratégia de proteção de operações ou ativos. Ou seja, você firma um contrato futuro “travando” a cotação da moeda em uma data posterior, a fim de evitar prejuízos. Isso protege o seu dinheiro e garante que a taxa de câmbio seja preservada.

Normalmente, esse instrumento é utilizado por empresas que têm dívidas na moeda americana. Assim, elas acessam o mercado financeiro e efetivam um contrato futuro para garantir que, em uma data posterior, o dólar seja cotado por um preço viável, que não gere prejuízos nem perda de lucro na operação.

Para explicar melhor, você precisa saber que o hedge é um mecanismo de defesa para se proteger contra as grandes oscilações cambiais. Por isso, ele é conhecido também como operação de cobertura. Isso acontece, porque a finalidade é cobrir as transações realizadas quando houver diferenças nas cotações da moeda.

Exemplo de como o hedge cambial funciona

Uma empresa fabricante de aviões recebe um pedido para construir um jato no valor de US$ 10 milhões, mas o pagamento só será feito em seis meses. Para saber qual será o lucro real dessa venda na moeda brasileira, é preciso considerar a variação cambial nesse período.

Se o dólar chegar a custar R$ 5, a empresa pode garantir o faturamento de R$ 50 milhões. Mas se o dólar estiver em R$ 4,50 perderá R$ 5 milhões e a receita passará a ser de R$ 45 milhões.

Para evitar o risco, a empresa faz um planejamento de hedge. Ela vai até o mercado financeiro e busca interessados em pagar até R$ 5 na moeda nos próximos seis meses. Assim, ela garante o preço de venda da fabricação do avião, evitando perda de dinheiro e o impacto negativo nos negócios.

Dessa forma, esse é um instrumento que ajuda a manter, calcular e controlar o fluxo de caixa da sua empresa. Ao mesmo tempo, você tem mais segurança nas operações realizadas.

Como realizar o cálculo do hedge cambial?

Para realizar o cálculo do hedge cambial, você deve usar a fórmula: Futuro (BRL/USD) = Spot (BRL/USD) x Juros (BRL) / Juros (USD). “Futuro” representa o valor que será aplicado no câmbio e “Spot” é a referência para a cotação futura. Quando a prática não observa essa relação, é possível fazer uma arbitragem.

É importante saber que deve considerar os custos operacionais, de spread bancário e da formação do preço futuro. Essa é uma operação de compra e venda com moedas de diferentes mercados. O propósito é lucrar com a diferença de valores dos pares combinados. Portanto, é uma forma de aproveitar o momento do mercado a seu favor.

Quais são os formatos legais de hedge cambial?

Os formatos legais de hedge cambial são SWAP cambial, contratos de câmbio da B3 e fluxo de caixa internacional. Todas essas práticas, chamadas de instrumentos, são adotadas no mercado financeiro e cada uma segue suas próprias diretrizes.

SWAP Cambial

O SWAP Cambial é um contrato de câmbio no qual o interessado em fazer o hedge compra o direito de adquirir dólares na taxa atual, mas apenas no prazo de vencimento de seu contrato indexado ao câmbio. A instituição financeira, por sua vez, se compromete a assegurar essa taxa de câmbio para o cliente e assume o risco da variação cambial.

O Banco Central do Brasil também opera no mercado de SWAP Cambial, como estratégia para conter a alta do dólar. Quando o dólar sobe, ele oferece às instituições financeiras a possibilidade de operar com a taxa alta de hoje no futuro em troca de dólar mais barato à vista. Desta forma, ajuda a reduzir a cotação da moeda.

Contratos de câmbio da B3

A bolsa de valores B3 oferece contratos de câmbio futuro para interessados em fazer hedge cambial. Neles, o comprador paga antecipado pelo direito de adquirir lotes de US$ 50 mil, se for contrato cheio, ou US$ 10 mil, se for minicontrato, ao preço negociado hoje. No entanto, essa operação é efetivada somente daqui a alguns meses. Caso a cotação do dólar suba até lá, o investidor ganha na diferença. Caso caia, o investidor garante o valor negociado hoje.

É importante atentar ao vencimento dos contratos de câmbio futuro negociados na B3, o que ocorre sempre no primeiro dia do mês. Portanto, vale muito a pena como instrumento de hedge cambial, se o negócio a ser protegido for vencer também no começo do mês.

Fluxo de caixa internacional

Grandes empresas que atuam no comércio exterior costumam usar o seu próprio fluxo de caixa internacional para fazer hedge cambial. Por exemplo, uma indústria exportadora também paga por serviços, matérias-primas e equipamentos importados. Esses custos são pagos a partir de uma conta no exterior mantida em dólar.

Quais são as ferramentas de hedge cambial?

As ferramentas de hedge cambial são fundos cambiais, contrato a termo de moeda (NDF), compra e venda e mercado futuro. Elas têm características distintas e algumas exigem mais conhecimento de mercado do que outras. Por isso, é importante avaliar as diferentes opções e ver qual delas faz mais sentido para os seus objetivos financeiros.

Fundos cambiais

Os fundos cambiais são fundos de investimentos que permitem o depósito de 80% do dinheiro em um fundo que fica vinculado às moedas estrangeiras e consegue acompanhar em tempo real as cotações do mercado. O principal índice utilizado é o dólar.

Nesse caso, você atua como investidor e adquire cotas do fundo cambial. O capital será gerenciado por um gestor, de acordo com os objetivos e as estratégias definidos.

Contrato a termo de moeda (NDF)

O contrato a termo de moeda é negociado com os bancos, que fixam um preço para a cotação que será aplicada para a compra ou venda do produto no futuro. Antes de optar por essa opção de hedge cambial, vale a pena consultar as condições ofertadas por diferentes instituições financeiras, a fim de encontrar os melhores preços.

Para entender melhor essa operação, imagine que o dólar está em R$ 4,50 e você acredita que ele vai se valorizar. Então, é negociado um contrato a termo pelo valor da cotação atual. Se na data futura a moeda americana estiver a R$ 5, você lucra, porque o preço mais baixo é mantido.

Compra e venda

Quando você compra um produto cotado em moeda estrangeira no mercado à vista, essa alternativa permite se proteger contra a desvalorização da moeda. Isso porque os valores da cotação no hedge são imobilizados.

Nesse caso, você pode adquirir um item no futuro, garantindo o preço da data do negócio. Ou seja, se a cotação atual é de R$ 4 e aumentar para R$ 5, você fará a compra pelo valor mais baixo.

Assim, as duas partes ficam protegidas em relação aos valores acordados no contrato diante de qualquer variação na moeda. Afinal, a taxa de câmbio fica congelada.

Mercado futuro

O mercado futuro é negociado na bolsa de valores, que permite o acompanhamento em tempo real das variações da moeda, sem precisar observar as alterações por meio dos bancos. Por isso, ele também permite fazer operações em contratos futuros em dólar, com a opção de hedge cambial.

Para isso, é feita uma estimativa sobre a cotação da moeda nos meses seguintes e esse valor será considerado nas negociações. Assim, vale a pena avaliar todas as alternativas para encontrar a ferramenta mais adequada.

Quando vale a pena fazer o hedge cambial?

Vale a pena fazer o hedge cambial no caso de empresas que tenham dívidas em dólar ou para operações de venda e compra, também em dólares, em que o pagamento seja realizado muito tempo depois do fechamento da venda. Pois, em um cenário de oscilação na cotação cambial no mercado, o hedge cambial irá garantir que o valor dessas operações seja o mesmo valor de quando foram fechados os acordos ou negócios.

No entanto, quando se trata de investimentos, nem sempre essa é uma boa alternativa. Isso porque parte da rentabilidade pode derivar exatamente das oscilações da moeda, nesse caso o cenário econômico deve ser avaliado com atenção pelo investidor antes de tomar tal decisão.

O ponto de atenção para decidir se vale ou não a pena fazer o hedge cambial é o perfil de investidor. Normalmente, ele é indicado para os que têm elevado número de operações de alto risco ou um patrimônio significativo no exterior. Para decidir, é preciso ter um bom conhecimento do mercado e dos ativos financeiros para determinar se o hedge será realmente benéfico. 

Em muitos casos, a diversificação de investimentos já é suficiente para se proteger contra grandes perdas. Diante de dúvidas, vale a pena contar com suporte de profissionais da área, como corretores.

Como usar a Remessa Online para o hedge cambial?

Você pode usar a Remessa Online para fazer hedge cambial, por meio de transferências internacionais. Para isso, você deve cadastrar na plataforma, inserir seus dados e da conta destino, conferir o valor e ser enviado e transferir o dinheiro para a Remessa Online. Após a identificação do pagamento, o valor é enviado em um dia útil, no máximo dois.

Após escolher o método de proteção para o seu capital antes de investir, é hora de pagar ou receber os valores acordados. Com a plataforma especializada, você pode enviar o dinheiro para contas de países diferentes.

A plataforma da Remessa Online é bastante intuitiva e oferece taxas que iniciam em 1,2%, podendo chegar a 0,7% conforme o montante envolvido na operação. 

Hedge cambial pode ser usado para proteger seu dinheiro

O hedge cambial pode ser uma estratégia para proteger o seu dinheiro contra oscilações do dólar em caso de importação, exportação, investimento ou negociações na bolsa de valores. Isso proporciona mais segurança para os seus ativos no exterior e evita prejuízos que podem surgir diante de grandes variações.

Este conteúdo esclareceu as suas dúvidas? Se você tem interesse em transações financeiras internacionais, aproveite para acessar o site da Remessa Online e conhecer melhor as nossas soluções para enviar e receber valores de outros países!

Resumindo

O que é hedge cambial?

O hedge cambial é uma operação do mercado financeiro para proteger investimentos e negócios internacionais das variações na cotação de moedas estrangeiras, como o dólar. Assim, é possível mitigar os riscos e garantir que a taxa de câmbio fique congelada para negociação em uma data futura.

Quais os tipos de hedge cambial?

Os tipos de hedge cambial são SWAP cambial, contratos de câmbio da B3 e fluxo de caixa internacional. Todas essas práticas, chamadas de instrumentos, são adotadas no mercado financeiro e cada uma segue suas próprias diretrizes.

Quais as ferramentas de hedge cambial?

As ferramentas de hedge cambial são fundos cambiais, contrato a termo de moeda (NDF), compra e venda e mercado futuro. Elas têm características distintas e algumas exigem mais conhecimento de mercado do que outras. Por isso, é importante avaliar as diferentes opções e ver qual delas faz mais sentido para os seus objetivos financeiros.

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