Frustração com o leilão do pré-sal levou o Real a se desvalorizar nesta quarta-feira. Na quinta-feira o dólar abriu em leve queda.
O Dólar comercial fechou a quarta-feira em R$ 4,0837 após ter atingido a máxima de R$ 4,0904 no intraday, tudo isso após abrir o dia cotado a R$ 3,9932. A moeda americana marcou um movimento de descontentamento vindo, principalmente, da frustração das receitas do leilão do pré-sal. Nesta quinta-feira o Dólar abriu cotado a R$ 4,0840.
O Euro seguiu o mesmo movimento de apreciação frente ao Real, pelos mesmos motivos. Ontem o Euro fechou o dia cotado a R$ 4,5206 e abriu hoje cotado no mesmo valor.
Agenda de hoje
Na agenda nacional o destaque vai para a publicação do IPCA, o índice de preços oficial do Brasil. O indicador é relevante por conta do reflexo que o mesmo terá sobre as ações do Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Há um outro leilão de blocos do pré-sal, menor que o de ontem, na Bacia de Santos.
No exterior a agenda de indicadores econômicos continua esvaziada e as atenções estarão por conta do discurso do presidente do FED de Dallas e alguns indicadores de segunda importância na Europa.
Perspectivas para o dia
Real x Dólar
Segundo o IBGE a inflação de outubro foi de 0,10%, a menor para o mês desde 1998. Com o resultado do décimo mês do ano a inflação acumulada em 12 meses chegou a 2,54% e abriu caminho para que a inflação feche 2019 abaixo dos 3% pela segunda vez desde que o regime de metas foi instituído. O Dólar deve reagir bem a índices de preços bem comportados e políticas monetárias mais frouxas, ainda que este último contrarie os manuais de macroeconomia.
Real x Euro
O Euro deve seguir a mesma tendência de desvalorização frente ao Real nesta quinta-feira. Soma-se às influências já citadas a possibilidade de algum acordo tarifário entre China e Estados Unidos. É importante ressaltar que o câmbio deve ter comportamento errático nos próximos dias, condicionado pelas indefinições em torno do Plano mais Brasil e decisões ligadas a privatização de estatais de grande estatura como, por exemplo, a Eletrobras.
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.