Real x Dólar

Mesmo em meio a um período econômico tão conturbado, a semana foi tomada por uma única pauta: Afeganistão. Após 20 anos no país, os Estados Unidos retiraram suas tropas e, rapidamente, o grupo fundamentalista e nacionalista islâmico Talibã tomou o poder.

Apesar do impacto geopolítico do tão rápido avanço do Talibã no país, mudanças relevantes no mercado de câmbio e de capitais não devem ocorrer no curto prazo. O que observamos é que há uma mudança de expectativas se desenhando acerca do preço de alguns ativos, como é o caso do petróleo e, por conseguinte, do dólar.

Ainda assim, no curto prazo, inclusive por conta das tentativas de interação com o restante do mundo para transmitir uma imagem menos “radical”, o impacto deve ser bem restrito. No mais, alguns indicadores relevantes tiveram impacto mais significativo sobre o mercado.

A começar pela Ata da última decisão de política monetária do Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed) responsável pela taxa de juros e controle da inflação. O Fed revelou em sua ata que considera a possibilidade de iniciar o processo de gradual diminuição de compras de ativos ainda em 2021. Isso já trouxe reflexos sobre o dólar.

No mais, a semana ainda trouxe o melhor resultado de pedidos de seguro desemprego em meses. Os novos pedidos semanais por seguro desemprego nos EUA ficaram em 348 mil na última semana, ante 377 mil registrados na semana imediatamente anterior. Trata-se do menor número semanal desde a leitura divulgada no dia 19 de março de 2020, pouco antes do início dos lockdowns.

Com este pano de fundo, a moeda estadunidense, que abriu a segunda-feira (16), cotada a R$5,2439, iniciou esta sexta-feira (20) cotada a R$5,4472. Com isso, vimos uma forte depreciação do Real, como não se via há semanas, de aproximadamente 3,88% ao longo desta semana, em proporção similar à semana anterior.

Confira o De Olho no Câmbio #135, a relação Real vs Libra e do Real vs Euro.

Related posts

De Olho no Câmbio #303: Moeda brasileira volta a perder força à espera do governo

IBC-Br deve mostrar crescimento forte em setembro

Qual o valor do INCC em 2024? Confira a tabela completa