A grande discussão da vez permanece em torno dos próximos passos da política monetária estadunidense. Além das taxas de juros historicamente mais baixas, nos últimos anos o Federal Reserve (Fed) praticou diversos estímulos monetários, como o chamado quantitative easing, comprando títulos e injetando dinheiro na economia.
Agora, fala-se muito em tapering, que basicamente é o movimento contrário. Neste caso, a ideia é de que o Fed realize uma retirada gradual de estímulos monetários, deixando de lado o quantitative easing. A grande preocupação que está na cabeça de economistas, analistas e policy makers é sobre o timing: este é, de fato, o momento mais adequado para isso?
Na avaliação de boa parte dos membros do Fed, ainda não. Aproximadamente 60% dos membros da autoridade monetária avaliam que o início da retirada dos estímulos deveria ficar para janeiro de 2022. Mas os demais membros avaliam que a redução deve começar a partir de setembro de 2021.
Será uma queda de braço e tanto que, por sinal, já está abalando os mercados. Toda a volatilidade vista ao longo desta semana no mercado se deu principalmente por conta do alinhamento de expectativas. Nesta sexta-feira (27), membros do Fed estarão presentes no Simpósio anual em Jackson Hole, no estado de Wyoming.
Com este pano de fundo, a moeda estadunidense, que abriu a segunda-feira (23), cotada a R$5,378, iniciou esta sexta-feira (27) cotada a R$5,2566. Com isso, vimos uma forte apreciação do Real, como não se via há semanas, de aproximadamente 2,26%.
Confira o De Olho no Câmbio #136, a relação Real vs Libra Esterlina e do Real vs Euro.