Começamos a semana com o dólar cotado a R$4,9313 na segunda-feira (22/jan), um nível 2,5% superior à abertura da semana anterior (15/jan). A cotação da moeda estrangeira registrou queda ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (26/jan) cotado a R$4,9063, patamar 0,5% inferior à abertura da sexta-feira anterior (19/01). Entre as aberturas desta sexta (26/jan) e da segunda-feira da semana anterior (15/jan), vimos uma desvalorização do real em relação ao dólar de 0,9%.
A moeda americana voltou a perder espaço em relação ao real depois de um forte movimento de desvalorização registrado no começo desta semana.
Parte da explicação para a desvalorização veio do entendimento do mercado de que o programa Nova Indústria Brasil (NIB), anunciado na manhã de segunda-feira, comprometeria os esforços do governo em cumprir a meta fiscal de 2024.
Por outro lado, no cenário externo, nós tivemos o agravamento da situação geopolítica no Oriente Médio. O conflito tem criado uma forte evolução nos preços dos fretes marítimos, o que, por sua vez, pode comprometer o processo de desinflação no mundo inteiro, sobretudo na Europa.
O risco de uma persistência inflacionária, causada em parte pelos eventos climáticos e pelo súbito aumento dos fretes marítimos, elevaram as taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, o que também contribuiu para a desvalorização da moeda brasileira e demais divisas no início da semana.
O que se viu a partir daí foi inesperado. A economia americana emitiu sinais inequívocos de que continua operando em um ritmo muito acima do desejado pelo Federal Reserve. Os dados preliminares do último trimestre do ano passado sugerem que a economia dos Estados Unidos tenha crescido 3,3% nos últimos três meses de 2023 e cerca de 2,5% ao longo do ano passado, percentuais muito acima das projeções do mercado, que esperavam por uma variação forte, mas bem mais modesta, de 2,0% para os dois tipos de comparação.
Complementarmente, os dados semanais de seguro-desemprego sugerem que as primeiras semanas de 2024 também foram marcadas por um forte ritmo de crescimento da atividade econômica americana.
Apesar de tudo isso, o dólar foi perdendo força ao longo da semana, refletindo, em parte, os dados do PCE, a medida de inflação mais utilizada pelo Fed. Segundo o Departamento de Comércio dos Estados Unidos (BEA, na sigla em inglês), a variação dos preços foi benigna no último trimestre do ano e indica que o processo de desinflação nos Estados Unidos continua sólido, a despeito dos riscos mencionados acima.
Confira no De Olho no Câmbio #261 a relação Real vs Euro e do Real vs Libra Esterlina.
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