Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,1866 na segunda-feira (22/ago), em nível 0,89% maior que a abertura da semana anterior (15/ago). A cotação da moeda registrou trajetória de queda ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (26/ago) cotado a R$5,1240, portanto, uma apreciação do Real de aproximadamente 1,21%, revertendo o movimento da semana passada.
A semana começou com um ponto importante para o alinhamento de expectativas sobre o cenário econômico global: a China fez mais um corte de juros em uma das três taxas importantes do país. A taxa básica de juros de empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de um ano caiu de 3,70% para 3,65%.
O objetivo do banco central chinês é dar estímulos para retomar o crescimento econômico do país que foi frontalmente impactado pela política de covid zero implantada no país este ano e que levou a vários lockdowns. O mercado, contudo, vê com muito ceticismo as ações da China, por conta da fraqueza do setor imobiliário local, importante segmento do país.
Além disso, esta semana tivemos a divulgação da segunda estimativa do PIB estadunidense referente ao segundo trimestre deste ano. O indicador continua em campo negativo, mas o resultado veio melhor que o esperado, e passou de -0,9% para -0,6% em termos anualizados.
Adicionalmente, um dos indicadores de preços mais acompanhados pelo Federal Reserve, o PCE (índice de preços de gastos com consumo, na sigla em inglês), subiu 0,1% em julho na comparação mensal, abaixo do esperado. O núcleo do PCE, que exclui os preços de itens mais voláteis como alimentos e energia, foi de -0,1% na base mensal, portanto, deflação.
Considerando o mercado de trabalho aquecido e o processo de aperto monetário em curso nos EUA, a melhora do dado do PIB somada a essa deflação de julho podem influenciar as próximas decisões do Fed.
Confira o De Olho no Câmbio #187, a relação Real vs Libra Esterlina e do Real vs Euro.