Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,2603 na segunda-feira (26/set), em nível somente 0,10% maior que a abertura da semana anterior (19/set). A cotação da moeda registrou trajetória de alta ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (30/set) cotado a R$5,4039, portanto, uma depreciação do Real de aproximadamente 2,73%, revertendo fortemente o movimento da semana anterior.
O IPCA-15 de setembro, divulgado pelo IBGE na terça-feira (27) surpreendeu o mercado com mais um recuo, desta vez de 0,37%. Esta foi a variação mais baixa desde 1998 e o segundo mês seguido de deflação. Com o percentual deste mês, a inflação acumulada em 12 meses cedeu de 9,6% para 7,96%.
A surpresa desta vez veio por conta da descompressão mais rápida nos preços dos alimentos, que passaram de 1,12% em agosto para -0,47% em setembro. Além disso, vimos a continuidade no movimento de deflação nos preços dos combustíveis, cujo resultado contribuiu para uma queda de -2,35% na categoria “transportes”.
A queda nos transportes deve-se ao recuo nos combustíveis (-9,47%). Etanol (-10,1%), gasolina (-9,78%), óleo diesel (-5,4%) e gás veicular (-0,3%) tiveram seus preços reduzidos.
Complementarmente, a ata da última reunião do Copom também divulgada na terça-feira não trouxe novos elementos em comparação com o comunicado emitido logo após a decisão anunciada na última reunião (21/9). O Bacen deixou aberta a porta para novos aumentos caso o processo de desinflação não ocorra como o esperado, mas cravou que a Selic ficará elevada por um período bastante prolongado.
Por fim, mesmo com a continuidade do processo de deflação no Brasil e com a melhora dos níveis de confiança dos empresários brasileiros, como visto pelas sondagens de confiança divulgadas ao longo da semana pelo IBRE/FGV, o dólar avançou significativamente.
Confira no De Olho no Câmbio #192 a relação Real vs Libra Esterlina e do Real vs Euro.
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