Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,2542 na segunda-feira (27/mar), um nível 0,4% menor que a abertura da semana anterior (20/mar). A cotação da moeda estrangeira registrou queda ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (31/mar) cotado a R$5,0979 – patamar 3,6% menor que a abertura da sexta-feira anterior (24/mar). Entre as aberturas desta sexta (31) e da última segunda-feira (27) vimos uma valorização do Real de aproximadamente 3,0%.
O começo do mês de março foi marcado por uma intensa volatilidade no mercado de câmbio que acabou atuando em desfavor das moedas não conversíveis, como o real. Parte desse problema está ligado às dificuldades financeiras de alguns bancos nos Estados Unidos e na Europa.
Apesar do risco de contágio e o impacto das falências sobre as políticas monetárias do Banco Central Europeu e do Federal Reserve, a semana começou de um jeito diferente. O Senado americano criou uma comissão para avaliar o caso SVB e o que se viu foram acusações múltiplas à gestão do banco. Os parlamentares norte-americanos entenderam que a culpa da quebra do SVB foi do próprio banco, o que, em teoria, diminui o risco de contágio para outros bancos locais.
Na Europa, o presidente do Bank of England (BoE), Andrew Bailey, disse que as dificuldades enfrentadas pelo Credit Suisse e pelo Deutsche Bank não ofereciam riscos ao sistema financeiro do Reino Unido.
E, por fim, no Brasil, banqueiros chegaram a dizer que “um estagiário teria sido capaz de identificar os riscos aos quais o SVB estava submetido”.
Não sabemos se foi combinado, mas deu certo. O clima de incerteza diminuiu bastante ao longo da semana e o dólar perdeu força em relação às principais moedas de países em desenvolvimento. O movimento, de valorização do real, foi intensificado depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veio a público para apresentar os principais pontos do novo arcabouço fiscal.
Confira no De Olho no Câmbio #218 a relação Real vs Euro e do Real vs Libra Esterlina.
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