O euro abriu o pregão de segunda-feira (18/jul) cotado a R$5,4428. Na abertura desta sexta-feira (22/jul), a cotação foi de R$5,6262. Portanto, uma forte depreciação semanal do Real frente à moeda europeia de aproximadamente 3,37%, revertendo o movimento de apreciação visto na última semana.
Com relação ao dólar, após a moeda europeia ter perdido força de maneira significativa na semana anterior, tendo alcançado a paridade com o dólar após muitos anos como moeda mais forte que o par americano, a cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,008 na segunda (18) para US$1,022 nesta sexta (22), portanto, uma depreciação do dólar de aproximadamente 1,4%, recuperando o patamar da moeda europeia.
Esta semana, a Eurostat divulgou os dados oficiais da inflação no bloco. E como era de se esperar, os preços continuam em ascensão. A inflação na Zona do Euro atingiu sua máxima histórica. O dado preliminar de julho do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) foi de 8,6% em 12 meses, ante os 8,1% registrados em junho.
E em linha com esse desempenho preocupante, as expectativas do mercado se confirmaram e até foram superadas. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu aumentar a taxa básica de juros pela primeira vez em mais de uma década.
O aumento de 0,50% foi maior do que o esperado pelo mercado e deixa evidente que a autoridade monetária está preocupada com o problema do nível de preços. Além disso, a decisão mostrou que o BCE busca atacar dois problemas:
- o controle da inflação, que em alguns lugares tornou-se insustentável,
- e equalizar as taxas de juros de longo prazo dos membros que compõem a Zona do Euro.
E foi esse segundo problema, que tem sido constantemente citado pela presidente do BCE, Christine Lagarde, que fomentou a criação do Instrumento de Proteção da Transmissão (TPI, na sigla em inglês). O objetivo do TPI é reduzir as diferenças nos custos de empréstimos soberanos entre membros da Zona do Euro, de modo a minimizar uma fuga de capitais de alguns dos países-membros.
Para fechar com chave de ouro, antes da decisão do BCE, Mario Draghi (agora ex-primeiro-ministro da Itália), renunciou ao cargo e elevou ainda mais as tensões financeiras entre os membros da Zona do Euro. Em meio a tudo isso, o euro deve ganhar mais força em relação ao real nos próximos dias.
Confira o De Olho no Câmbio #182, a relação Real vs Libra Esterlina e do Real vs Dólar.