Real x euro

O euro abriu o pregão de segunda-feira (27/mar) cotado a R$5,6461. Na abertura desta sexta-feira (31/mar), a cotação foi de R$5,5601. Portanto, houve uma valorização de 1,5% do Real frente à moeda europeia, revertendo, portanto, o movimento de desvalorização visto nas duas últimas semanas.

Com relação ao dólar, a moeda europeia ganhou força esta semana, mantendo a trajetória da última semana. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0760 na segunda (27) para US$1,0906, nesta sexta (31). Portanto, vimos uma valorização do Euro de aproximadamente 1,4% (leia-se: é preciso mais dólares para comprar um euro).

Na Europa, a contribuição do Andrew Bailey, presidente do Bank of England, foi providencial para que houvesse uma relativa diminuição no clima de incerteza depois das dificuldades financeiras do Credit Suisse.

A corrida para o dólar foi arrefecendo ao longo da semana à medida que passavam os dias sem nenhum novo escândalo de grande importância vinda do mercado financeiro. É claro que no fundo ainda pesam as dificuldades enfrentadas por empresas de todos os setores. No Brasil, o Grupo Petrópolis, por exemplo, solicitou proteção contra credores depois de anunciar uma dívida de cerca de R$4,2 bilhões, mas de modo geral, virtualmente estamos melhores agora do que estávamos na última sexta.

Um ponto que chamou a atenção foi o dado prévio de inflação da Zona do Euro e de alguns membros do bloco. na Alemanha a inflação de 0,8% foi igual a registrada em janeiro e na Zona do Euro como um todo a situação foi ainda mais crítica porque os dados de fevereiro indicaram aceleração dos preços aos consumidores.

Segundo a Eurostat, órgão oficial de estatísticas da União Europeia, o índice de preços ao consumidor aumentou 0,9% na Zona do Euro em fevereiro. Apesar do resultado mensal a inflação anual acabou cedendo de 8,5% para 6,9%. Parece bom né? Parece, mas não é nada bom.

A queda na inflação anual está ligada a movimentos estatísticos e na margem o negócio continua péssimo. Além disso, temos um outro problema grave, o núcleo da inflação. O núcleo de inflação é a análise da variação dos preços sem considerar os impactos de bens e serviços mais voláteis, como alimentos e combustíveis. Pois bem, o núcleo de inflação de fevereiro foi de +1,2% e em termos anuais o percentual subiu de 5,6% para 5,7%.

Resumindo, a inflação europeia agora está disseminada por bens e serviços que normalmente têm preços mais estáveis. O resultado disso é que o Banco Central Europeu terá muito trabalho em demover a inflação, o que exigirá taxas de juros mais elevadas e por um período muito mais longo.

Confira no De Olho no Câmbio #218 a relação Real vs Dólar e do Real vs Libra Esterlina.

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