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Relatório de Política Monetária aponta para PIB menor em 2025

O Relatório de Política Monetária do Banco Central apresentou novas projeções para a economia brasileira, indicando um crescimento mais fraco do PIB em 2025 e um provável novo descumprimento da meta de inflação, fato já precificado pelos analistas. 

Além disso, a inflação medida pelo IPCA-15 veio abaixo das expectativas do mercado, surpreendendo os investidores. Essas atualizações impactaram diretamente o cenário financeiro, com o Ibovespa reagindo de forma positiva. 

Quer entender como esses fatores podem influenciar a economia e o desempenho do mercado de ações? 

O que o Relatório de Política Monetária trouxe?

O Relatório de Política Monetária (RPM) é um documento publicado pelo Banco Central do Brasil (BCB) a cada três meses, com análises detalhadas sobre a economia e projeções para a inflação. Ele é um dos principais instrumentos de comunicação da política monetária e fornece informações cruciais para empresários, investidores e formuladores de políticas.

O documento trouxe novas projeções para o PIB e para a inflação. A projeção do PIB para o ano de 2025 caiu de 2,1% na estimativa de dezembro para 1,9%, influenciada principalmente pela desaceleração de setores cíclicos, assim como consumo e investimento. 

Já em relação à inflação, o documento aponta  para um novo descumprimento da meta neste ano, fato dado como certo para o mercado – as projeções da autarquia estimam um IPCA de 5,1% ao final de 2025.  Para 2026, projeta-se que a variação do índice de preços caia para 3,7% e em 2027 para 3,1%.

Acompanhe a análise detalhada e descubra o que esperar nos próximos meses.

Como o Relatório de Política Monetária impacta o Ibovespa?

O Relatório de Política Monetária trouxe consigo a projeção de um crescimento menor do PIB, algo visto como positivo para os investidores que desejam uma inflação mais controlada, e para isso, uma atividade econômica menos aquecida é fator relevante. 

Como o descumprimento da meta já está precificado, esta projeção do BC não gerou grandes impactos no mercado, diferentemente da leitura de um PIB menor este ano, que animou investidores.

Paralelamente, o dia foi marcado pela divulgação do IPCA-15 de março, que veio abaixo das projeções de mercado (+0,64%), enquanto a mediana das projeções apontava para 0,68%. Este resultado inesperado também foi bem avaliado pelos investidores e auxiliou na alta do Ibovespa, que alcançou os 133 mil pontos. 

Deste modo, com o RTI coerente com as expectativas que o mercado tinha para o documento, e com o IPCA-15 vindo abaixo do esperado, o dia foi positivo para a bolsa de valores brasileira. 

Qual o índice futuro do Ibovespa?

O Ibovespa Futuro é um contrato derivativo negociado na B3 que reflete a expectativa do mercado sobre o valor futuro do Ibovespa, o principal índice de ações da bolsa brasileira. Ele permite que investidores negociem a projeção do desempenho do índice em uma data futura, sem precisar comprar as ações que o compõem.

Qual a diferença entre o Ibovespa e o Ibovespa Futuro?

O Ibovespa é um índice que mede o desempenho das ações mais negociadas da B3, funcionando como uma carteira teórica de ativos. Já o Ibovespa Futuro é um contrato derivativo que reflete a expectativa do mercado em relação ao valor do Ibovespa em um momento futuro. Enquanto o Ibovespa apenas acompanha a variação dos preços das ações, o Ibovespa Futuro pode ser utilizado para estratégias de hedge, especulação e alavancagem.

Como é calculado o Ibovespa futuro?

O valor do contrato futuro é determinado pela expectativa do mercado sobre o nível do Ibovespa na data de vencimento do contrato. Fatores como projeções econômicas, desempenho das empresas listadas e eventos macroeconômicos influenciam essa expectativa. O contrato futuro permite que investidores se posicionem em relação às oscilações esperadas do índice, oferecendo oportunidades de hedge ou especulação.

André Galhardo

Economista-chefe da Análise Econômica, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico.”

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