Reserva de emergência: o que é, por que criar e onde investir?

Entenda qual o objetivo da reserva de emergência e como utilizá-la na sua vida financeira!

Se há um assunto no qual muitos brasileiros concordam é a importância de juntar dinheiro pensando no amanhã. Afinal, nem sempre dá para contar com o salário para cobrir as despesas ou gastos extras inesperados. Por isso, a reserva de emergência é o tipo de medida essencial para a organização financeira das pessoas.

Neste post, você vai saber ao certo como ela funciona e como dá para montar a sua reserva de maneira simplificada. Além disso, vamos mostrar em quais situações vale a pena usá-la e quando não. Continue lendo!

O que é uma reserva de emergência?

A reserva de emergência é uma quantia que você guarda mês a mês para ter disponível no futuro em uma ou mais situações de gasto imprevisto. É o caso, por exemplo, de contas domésticas, despesas médicas, revisão do carro, reparos no imóvel, conserto de eletrodomésticos etc. Ou seja, coisas que afetam o orçamento de qualquer um.

Em especial, quando a sua renda está com cada centavo contado para um determinado fim. O mesmo vale para quando não sobra muito no final do mês ou então há débitos atrasados que você está quitando com parte do salário.

Nesses cenários, um imprevisto pode ser um grande problema com o qual lidar. Afinal, a depender do custo total dele, pode não ser possível cobri-lo. Pior ainda: a única forma é abrindo mão das suas outras despesas mensais para arcar com ele. Algo que acaba desregulando por completo a sua organização financeira.

Reserva de emergência é o mesmo que poupança?

Não, elas não são iguais. A reserva de emergência tem como foco deixá-lo precavido financeiramente para lidar com eventuais gastos extras urgentes ou emergenciais. Já a poupança é um dinheiro acumulado ao longo do tempo para, eventualmente, ter como realizar alguma meta pessoal, profissional ou acadêmica.

Reserva de emergência é o mesmo que investimento?

A reserva de emergência não pode ser considerada um investimento. Isso por esse último ser voltado para aumentar o seu patrimônio financeiro. Para tanto, ele usa uma parte do seu orçamento para, depois de um determinado tempo de aplicação, expandir suas fontes de renda.

Inclusive, a depender do valor investido, é possível viver parcial ou totalmente de renda passiva. Isto é, o retorno positivo que os seus investimentos dão mensalmente. Algo que você pode usar como salário, poupança e, inclusive, a própria reserva de emergência.

Quanto deve ser a minha reserva de emergência?

O ideal é que sua reserva de emergência tenha valor equivalente de, no mínimo, três vezes a sua renda líquida atual. Portanto, se você recebe R$ 2 mil, a sua reserva deve ter R$ 6 mil. Vale mencionar que não há um único valor que sirva de parâmetro para todo mundo. 

Dessa forma, você consegue arcar com diferentes imprevistos, inclusive simultaneamente. O melhor de tudo é que é sem precisar tocar no seu salário nem acabar com todo o valor disponível na reserva de uma vez só.

Contudo, há situações específicas nas quais você pode precisar ter um montante mais robusto guardado. Comentamos elas mais a fundo a seguir.

1. Reserva para quando estiver sem emprego

Estar desempregado pode ocorrer por diversos motivos, por isso, a reserva é imprescindível, já que ela acaba assumindo o papel da sua renda. Portanto, não basta ter apenas três salários mínimos para uso, o mais indicado é que você junte cerca de 15 salários na sua reserva.

Assim, você não precisa ficar desesperado por não ter como se sustentar ou pior: não obter uma recolocação profissional de imediato. Com esse montante é possível se organizar para ficar alguns meses afastados do mercado de trabalho.

2. Reserva para uso durante reforma de casa

Se você pretende deixar disponível a sua reserva de emergência para eventuais gastos extras com uma reforma na sua casa, saiba que é importante aumentá-la. Para garantir sua preparação para reformar a casa sem utilizar tudo o que foi poupado na reserva, não erre e tenha uma média de 12 salários em conta. 

Afinal, despesas com obras não são baratas e, quanto mais atrasos sofrem, maiores são os custos. Principalmente quando envolvem compra de material que falta e pagamento de diária de profissionais da construção. 

3. Reserva para evitar problemas em viagens

Considere que você deve ter, fora o valor já presente em conta, mais 50% do custo total da sua viagem. Assim, você não fica desprevenido se a despesa for muito alta. Por exemplo, se a sua ida para os EUA está orçada em R$ 8 mil (com passagens, alimentação, hospedagem, seguro viagem etc.), então você deve guardar mais R$ 4 mil para a reserva.

Assim como acontece em uma reforma do lar, há quem considere uma boa opção deixar a reserva como plano B em caso de imprevistos na viagem. Em especial, nas internacionais onde a moeda corrente difere (libra, dólar, euro etc.). É o caso da perda de um voo, do extravio de bagagem, das compras de roupa de frio etc.

Como montar uma reserva de emergência?

O primeiro passo é avaliar quanto da renda atual não está comprometida e pode ser direcionada para a sua reserva de emergência. Se você ganha R$ 3.500, por exemplo, e tem disponível R$ 650 todos os meses, sem contar pagamentos de contas, investimentos e poupança, você pode aproveitar esse dinheiro sem problemas.

Fazer essa análise da sua renda é importante para não deixar de pagar uma despesa ou mesmo uma dívida para guardar dinheiro. O ideal é sempre cumprir com suas responsabilidades primeiro para não gerar dor de cabeça no futuro. Só então você pode partir para planejar a sua reserva.

É importante ter uma reserva de emergência?

Ter uma reserva de emergência é indispensável para quem deseja ter uma vida financeira equilibrada e segura. Afinal, ela permite que você tenha como resolver diferentes tipos de despesas que não estavam previstas no seu orçamento. O mais importante: sem estourá-lo. Ou seja, sem arriscar perder o controle sobre as suas outras responsabilidades.

Isso faz toda a diferença na vida do brasileiro por dois motivos. O primeiro é o uso excessivo de linhas de crédito e o segundo motivo é o endividamento.

Diante de gastos de última hora, é comum ver as pessoas recorrendo ao cartão de crédito, usando o limite dele para se livrar dos imprevistos. Ou então a contratação de empréstimos, uma alternativa que vai, inevitavelmente, comprometer a sua renda a longo prazo.

Ambas as soluções não resolvem os problemas e só adiam a data em que você terá que arcar com ele. Os juros de linhas de crédito e empréstimos podem levar o contratante a pagar até mesmo o dobro do que foi inicialmente utilizado.

Quando não usar a reserva de emergência?

Você não deve mexer na reserva para:

• pagar um boleto adiantado porque ainda não recebeu o salário do mês;
• custear um passeio em família no fim de semana para sair da rotina;
• celebrar uma comemoração ou data festiva com amigos e conhecidos;
• comprar presentes de aniversário, Natal, dia dos pais, amigo secreto etc.;
• aproveitar uma liquidação/promoção para comprar um novo celular, notebook, TV etc.

A reserva de emergência é direcionada para gastos imediatos que não cabem no seu orçamento. Ou seja, que não foram planejados ou idealizados e que trazem algum impacto negativo na sua vida se não forem resolvidos. Portanto, tenha isso em mente quando tiver dúvidas sobre aproveitar a sua reserva para cobrir determinada despesa.

Avaliando e exercitando as dicas acima, você conseguirá identificar o que, de fato, é imprevisto e o que é remediável pela sua situação financeira atual. Dessa forma, evitará usar equivocadamente a sua reserva e o principal: a criação do hábito de juntar dinheiro para ela.

Ficou claro como montar uma reserva de emergência e o porquê é importante ter esse dinheiro guardado para imprevistos? Reveja nossas dicas sobre como pensar o valor total dela, como investi-la e como começar a montá-la. Além disso, não se esqueça dos conselhos que compartilhamos sobre como não usar essa reserva. Assim, você destina ela apenas para momentos realmente necessários.

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