Retrospectiva 2021: financeiramente, como foi o ano da sua empresa?

O ano de 2021 foi marcado por muitas movimentações no ecossistema brasileiro de startups. Entre janeiro e novembro deste ano, essas jovens empresas levantaram em rodadas de investimento R$ 50,2 bilhões (US$ 8,85 bilhões), segundo relatório da Distrito.

Esses números revelam não apenas um cenário de mercado aquecido, mas também uma grande confiança por parte dos investidores no potencial desses empreendimentos. 

É o momento certo, então, para reavaliar como foi o desempenho dos últimos meses e se preparar para, em 2022, fazer parte dessas movimentações, seja por meio de captação de investimentos ou até M&As.  

Fazendo as perguntas certas é possível traçar um diagnóstico preciso do ano que passou e, assim, extrair aprendizados importantes que, com certeza, terão impacto positivo no crescimento e na escalabilidade da startup. Confira abaixo os aspectos que devem ser avaliados. 

Como foi seu plano de negócios?

Um bom plano de negócios é um dos melhores amigos de todo e qualquer empreendedor.

Mais do que um guia sobre os rumos da empresa, esse documento traz um retrato do mercado de atuação, além de informações detalhadas dos produtos e serviços oferecidos, quais seus diferenciais, seu posicionamento, fortalezas e fraquezas da marca e muitas outras informações estratégicas que são essenciais para a tomada de decisões.

Um bom plano de negócios mitiga riscos e evita que erros sejam cometidos, uma vez que reduz os “pontos cegos” dos gestores por trás das empresas.

Os benefícios também envolvem a comunicação e direcionamento do time e até mesmo impacto na captação de investimentos, uma vez que os fundos precisam ter acesso e compreender as perspectivas das startups antes de investir nelas. 

Por ser um instrumento de tamanha relevância para a operação, o primeiro passo para fazer uma retrospectiva do ano de 2021 e avaliar seus resultados é revisitar o plano de negócios e mapear o que mudou, o que foi seguido, quais pontos não foram considerados e, com isso, extrair insights que possam ser aplicados no futuro.

Caso um plano de negócios não tenha sido elaborado ou atualizado ao longo do período, é fundamental que se corra atrás do tempo perdido pois, quem não sabe para onde está indo, não chega a lugar algum. 

Os mais adaptáveis sobrevivem

Não é exagero dizer que 2021 foi o ano das incertezas. Ainda que o cenário tenha sido positivo para o ecossistema brasileiro de startups, não dá para negar que os desafios foram muitos, principalmente por conta da Covid-19 e as sucessivas ondas, que resultaram em medidas rigorosas de distanciamento social e, consequentemente, o fechamento ou desaceleração de muitos negócios. 

Diante desse contexto imprevisível, mesmo os planos mais detalhados e bem feitos tiveram de ser revistos e adaptados conforme as necessidades impostas pela realidade.

O fato é que aqueles negócios que conseguiram identificar a necessidade de ajustes de rota e implementá-los com mais eficiência foram os que se sobressaíram. 

Vale então refletir, com os planos que foram traçados anteriormente em mãos, quais foram as mudanças de percurso que precisaram ser tomadas e o porquê. A partir disso, cabe entender se houve falhas nos planos.

Se essas mudanças não foram motivadas por erros no planejamento, e sim por circunstâncias adversas, o próximo passo é avaliar como foi o processo de adaptação, se o timing e as ações tomadas foram adequados e o que pode ser extraído a partir dessa experiência. 

O time deve fazer parte desses momentos de reflexão, já que qualquer adaptação depende muito da disposição e abertura dele para acontecer. Um time ágil e aberto a mudanças está muito relacionado ao potencial de sucesso de uma startup. 

Gastos, gastos e mais gastos…

Chega a ser senso comum falar sobre como é difícil – e caro – empreender no Brasil, que tem uma estrutura tributária complexa, um cenário econômico instável e mão de obra qualificada escassa, principalmente quando se trata de profissionais de tecnologia. 

O ano de 2021 foi especialmente desafiador, com inflação superior aos 10%, e selic chegando aos 9,25%.

Tem acontecido também o fenômeno do “apagão dos profissionais de tecnologia”, já que, com a consolidação do home office no mundo todo, muitos talentos têm aceitado vagas para trabalhar em empresas nos EUA ou na Europa e, assim, ganhar em dólar ou em euro.

Mais que nunca, ter bons profissionais com esse perfil no quadro de colaboradores tem um valor alto. 

Todos esses fatores combinados impactam e muito as despesas fixas e, consequentemente, o caixa da empresa.

Afinal, do uber usado pelos colaboradores, ao preço do aluguel do escritório, passando pelo salário pago ao time, tudo ficou muito mais caro e o acesso ao crédito também. 

É verdade que um bom planejamento financeiro contempla essas variáveis e mitiga grandes perdas, mas nem sempre é possível prever tantos contratempos, ainda mais em um cenário pandêmico, com longos períodos de regras de isolamento social em vigor e muitos negócios fechando as portas. 

Por isso, é importante rever o histórico de gastos do ano, identificar padrões que podem ser assimilados para os próximos ciclos, além de gastos que podem ser cortados.

Afinal, “custos são como as unhas: devemos sempre cortá-los”, como imortalizou Sonho Grande, o livro de cabeceira de muitos empreendedores, sobre o perfil de gestão de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sucupira. 

Naquelas áreas em que os gastos excederam o planejado, é fundamental avaliar se isso ocorreu por eventos atípicos e imprevisíveis, ou se foi um erro de cálculo, para que a rota possa ser rapidamente ajustada.

Essa postura é necessária para todos empreendedores, mas principalmente para quem tem interesse em realizar rodadas de captação, já que em qualquer interação com investidores o tópico saúde financeira do negócio será levantado e esmiuçado.  

Valeu a pena?

Com base no seu balanço financeiro e nessa análise dos planos e de como e quanto foram seguidos, você consegue dizer se 2021 foi um bom ano?

A melhor maneira de fazer essa avaliação é revisitando os KPIs (Key Performance Indicator ou, em português, Indicadores-Chave de Performance) e OKRs ( Objectives and Key Results, ou objetivos e resultados-chave, em português) que foram estabelecidos antes do início desse ciclo.

São eles que conseguem mensurar o sucesso, a partir de objetivos claros.

Esses indicadores são, também, importantes aliados em qualquer pitch para investidores, por demonstrarem de maneira concisa de onde a startup partiu e onde chegou em determinado período de tempo, reforçando o potencial de crescimento e escalabilidade.

Se você não estabeleceu essas métricas antes, trata-se de um importante ponto para incluir na lista de urgências e ser incorporado em toda a cultura da empresa.

É possível avaliar o ano de outras formas também. A base de clientes cresceu? Os custos de aquisição diminuíram? Os números com certeza trarão mais verdades sobre o desempenho que qualquer feeling – para bem ou para mal. 

Feliz ano novo

Independente dos erros ou acertos de 2021, um novo ano se aproxima e, com ele, muitas oportunidades. O mercado aquecido certamente se traduz em um momento de grande potencial para as startups em fase de crescimento.

Para aproveitar ao máximo essa fase, é importante que planos claros, que contemplem objetivos de curto, médio e longo prazo, sejam elaborados.

Esses planos não vão apenas nortear a execução do tático e do operacional, mas têm a função, também, de conquistar investidores que compartilhem da mesma visão que sua empresa.

A chave do sucesso para um plano bem sucedido é traçar um diagnóstico crítico do contexto no qual a startup está inserida, levando em conta aspectos como a economia (2022 é ano de Copa e eleições, como isso impacta seu negócio?), concorrência, ambiente regulatório etc.

A partir dessa análise criteriosa, é o momento de estabelecer quais são os principais objetivos e, então, se aprofundar nas ações que devem ser tomadas para alcançá-los, sempre com foco em diferenciar seu produto ou serviço da concorrência, de acordo com as tendências e movimentações do mercado.

Nessa fase, é importante ser realista, mas, ao mesmo tempo, arrojado – afinal, metas impossíveis são desestimulantes para o todo time, enquanto metas muito conservadoras limitam todos à zona de conforto, sem desafiar os envolvidos.

É também a hora de estabelecer os KPIs e OKRs, sobre os quais falamos anteriormente, para que se possa acompanhar a evolução do negócio e o desenvolvimento do plano. 

Uma vez finalizado o plano, é hora de compartilhar com toda a empresa, para que todos se engajem na missão de atingir os resultados propostos. 

Você acredita que precisa de investimento para alcançá-los? 

Avaliando os objetivos estabelecidos para 2022, é muito provável que você tenha identificado a necessidade de captar investimentos para conseguir tirar do papel todas as ações planejadas.

Esse é um movimento muito comum no momento em que startups estão ganhando escala e precisam expandir os times, canais de venda e até a área de atuação.

Os investimentos podem vir de muitas formas: de fundos de venture capital nacionais ou internacionais, de investidores anjo e até de FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).  

De toda a maneira, é importante ter um pitch bem construído para o momento de interação com investidores. Para que eles coloquem o capital deles no seu negócio, eles precisam ter a confiança na sua visão de longo prazo e na sua capacidade de execução para chegar até onde se imagina.

Os planos, as métricas e os balanços do ano que passou vêm justamente corroborar nesse sentido, reafirmando o potencial da empresa. 

Quanto mais eles compreenderem o negócio e suas fortalezas, e quanto menores forem as chances de fracasso, maior tende a ser o valor aplicado.

Além do “cheque” em si, quanto mais eles acreditarem na empreitada, maiores as chances de se envolverem compartilhando insights e expertise, que podem ser determinantes para o futuro da empresa. 

A hora de começar a se preparar é agora

Para deixar a casa pronta para essas movimentações que certamente virão, um bom planejamento, como já citamos, é fundamental.

Mas as ações a serem tomadas não se limitam a isso: vale rever todos os processos de backoffice, como, por exemplo, fluxo de caixa, situação fiscal, folha de pagamentos etc. 

Contar com um time de alta performance, que tenha a cultura da empresa e seja engajado também é imprescindível para alcançar os objetivos. A isso, soma-se ter parceiros de excelência em frentes estratégicas.

Temos um serviço que é fundamental no momento de captação de investimentos, já que garante que os valores levantados com fundos internacionais cheguem em pouco tempo, com as menores taxas, o que traz celeridade para a implementação dos projetos.

Boas agências na área de marketing, SEO e relações públicas, por exemplo, também são determinantes para aumentar a exposição de marca e, com isso, conquistar mais mercado. Um software de gestão financeira também tem um grande impacto. 

Contar com uma equipe azeitada e bons parceiros garante tempo para focar no que realmente importa: conseguir bons investimentos, fazer o negócio crescer e atingir as metas sonhadas. 

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