Veja nesta retrospectiva do câmbio como o dólar em 2019 oscilou entre R$ 3,70 e R$ 4,259 no decorrer do ano e quais os fatores que interferiram na cotação.
O mercado de câmbio trouxe muita emoção às pessoas que o acompanharam durante o ano de 2019. Afinal, tivemos dias de máxima histórica do dólar, quedas abruptas e viradas de tendência surpreendentes.
Veja quais foram os principais eventos que afetaram a cotação do dólar em 2019, um ano marcado por guerra comercial EUA-China, Reforma da Previdência e risco de desaceleração econômica internacional.
2 de janeiro – Posse do novo governo
No primeiro dia de operações do ano o dólar caiu 1,71%, fechando a R$ 3,81. A onda de otimismo com os discursos econômicos do novo governo estimulou o mercado, com alta das ações das estatais. O Ibovespa neste dia subiu 3,56%.
31 de janeiro – Menor valor do ano
Durante o mês de janeiro o câmbio acumulou queda de 5,58% e fechou o mês a R$ 3,70, o menor valor do dólar em 2019. Além do otimismo com o novo governo e a Reforma da Previdência, neste dia começaram os primeiros sinais da guerra comercial entre Estados Unidos e China
27 de março – PEC do Orçamento
De janeiro a março a onda de otimismo se dissipou com os atritos entre governo e Congresso. No dia 26 de março a Câmara dos Deputados aprovou a PEC do Orçamento, restringindo o poder do Executivo sobre o orçamento. Com isso, os mercados ficaram temerosos da viabilidade das reformas. O dólar subiu 2,27% neste dia e chegou a R$ 3,9648.
17 de maio – manifestações e sinais fracos da economia
O cenário político interno foi se complicando no decorrer dos meses de abril e maio. No dia 15 de maio, indicadores apontavam que a atividade econômica havia começado o ano mais fraca que o esperado e estudantes e professores universitários de todo o país fizeram a primeira grande mobilização contra o governo Bolsonaro. Neste ambiente, o câmbio chegou a R$ 4,102, após alta de 1,62%. Foi a primeira vez que o dólar em 2019 fechou acima de R$ 4,00.
18 de julho – sinais de queda dos juros nos Estados Unidos
Após a alta de maio, o dólar começou a cair lentamente, até atingir a menor cotação em cinco meses no dia 18 de julho, a R$ 3,729. Com indícios de que a economia internacional caminhava para um cenário de desaceleração econômica, Bancos Centrais de todo o mundo começaram a falar em estímulos macroeconômicos. Neste dia, o presidente do Federal Reserve de Nova York sinalizou que haveria espaço para cortes nos juros norte-americanos, em mais um estímulo monetário de uma economia central. No Brasil, o cenário político se acalmou após as tensões de maio, e a Reforma da Previdência foi aprovada na Câmara.
2 de setembro – guerra comercial EUA China
De julho a setembro a guerra comercial entre Estados Unidos e China se intensificou, chegando em alguns momentos a ganhar aspectos de guerra cambial. Na Europa havia mais pressões por estímulos macroeconômicos, por conta dos sinais de desaceleração e os efeitos do Brexit. Com isso, a cotação do dólar teve uma escalada até chegar a R$ 4,183 no dia 2 de setembro.
28 de outubro – Reforma da Previdência
O Senado aprovou a Reforma da Previdência no dia 22 de outubro, e o dólar começou a cair. O otimismo influenciou o mercado e em 28 de outubro o câmbio fechou a R$ 3,992, pela primeira vez abaixo de R$ 4,00 desde 15 de agosto. No entanto, havia sinais de risco no horizonte, como a eleição do peronista Alberto Fernandez na Argentina e o prolongamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
6 de novembro – Megaleilão do pré-sal sem concorrência
Todo o mercado esperava que o megaleilão de blocos do pré-sal de 6 de novembro gerasse mais de R$ 100 bilhões em pagamento pelas outorgas. No entanto, apenas a Petrobras e estatais chinesas fizeram propostas, resultando em menos de R$ 70 bilhões. O mercado reagiu negativamente e o dólar subiu 2,22%, fechando o dia a R$ 4,082.
27 de novembro – Máxima histórica do dólar
No mês de novembro o câmbio subiu de forma acelerada e atingiu as maiores cotações nominais da história do Brasil. Em 27 de novembro o dólar chegou a R$ 4,259, o maior de todos os valores do dólar em 2019 e na série histórica. O mercado se ajustou ao cenário de juros mais baixos e dólar alto no Brasil, e mesmo o ministro da Economia Paulo Guedes sinalizou que este era o novo equilíbrio macroeconômico.
17 de dezembro – avanço no acordo comercial EUA–China
Neste final de ano o cenário econômico internacional começa a encontrar alívio. Estados Unidos e China avançam na negociação de um acordo comercial, e os indicadores europeus apontam que a desaceleração está longe do horizonte. No Reino Unido, as eleições reforçam a posição de Boris Johnson pelo Brexit. Com isso, o dólar cai depois de sua máxima histórica e fecha no dia 17 de dezembro a R$ 4,0633.
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