Reunião do Copom hoje traz impacto para a economia nacional
O Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (31), por meio do Comitê de Política Monetária, pelo corte de 50 pontos-base na taxa básica de juros brasileira, para 11,25%.
O país, que iniciou o ano de 2023 com uma taxa de juros extremamente elevada, a 13,75% ao ano, deve encerrar 2024 com a Selic próxima dos 9,75%, patamar ainda elevado se considerarmos as taxas de juros ao redor do mundo.
O corte de 0,50% já é amplamente aguardado pelo mercado já que o próprio Copom disse nas últimas reuniões que novos cortes de 50 pontos-base seriam apropriados ao país.
Apesar da queda da Selic, a taxa de juro continua em terreno contracionista. Além do atual patamar da taxa de juros, que ainda está elevado em termos nominais, a recente redução da inflação doméstica tem ampliado os ganhos reais daqueles que investem em títulos de renda fixa.
Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom
Os impactos da decisão do Copom sobre o mercado de câmbio devem ser moderados por diversos motivos:
- O corte de 50 pontos-base já foi precificado pelo mercado, baseado na antecipação feita pelo próprio Copom, que anteviu cortes de 0,50% nas reuniões marcadas para o primeiro trimestre de 2024;
- O mercado de câmbio parece estar mais sensível às condições macroeconômicas nos Estados Unidos e no Oriente Médio, ambas muito complexas;
- Apesar da redução da Selic em curso, ainda não se sabe ao certo o tamanho da extensão do ciclo de cortes, nem tampouco, a taxa básica terminal.
Esses elementos acabam atenuando os impactos da decisão do Copom sobre o mercado de câmbio, mas como a gente não é de ficar em cima do muro, entendemos que a atual conjuntura deve sustentar o dólar no atual corredor de R$4,85 ~ R$4,95.
O que muda com a reunião do Copom hoje?
Apesar do ritmo pouco intenso nos cortes da Selic, a expectativa é de que os primeiros sinais do afrouxamento monetário comecem a aparecer em breve e isso inclui a redução do custo do crédito para famílias e empresas e do rendimento da poupança.
Embora ainda seja incipiente e muito tímido, já há algum movimento na direção de redução do custo do dinheiro no país. Dados mais recentes do Banco Central mostram o custo de crédito com pequenas reduções nos dados de outubro e novembro.
A expectativa é de que a redução da taxa básica ajude, em alguma medida, a sustentar o crescimento esperado da economia para este ano, de 2%.
Próxima reunião do Copom
O Copom deixou claro na última reunião, realizada nos dias 30 e 31 de janeiro, que a luta contra a inflação ainda não terminou. A autoridade monetária brasileira se diz vigilante em relação ao comportamento dos preços e atenta aos dados macroeconômicos.
A próxima reunião do COPOM ocorrerá nos dias 19 e 20 de março e deve trazer mais um corte de 0,50% na taxa básica de juros do país. O comunicado deste mês anteviu mais cortes de 0,50% nas duas próximas reuniões do Copom em 2024.
A nossa expectativa é de que o comitê continue o seu plano de voo e encerre o ciclo de cortes da Selic em julho, quando a taxa alcançar 9,75%.
Seguimos de olho!