O Banco Central do Brasil deve decidir nesta quarta-feira (29), por meio do Comitê de Política Monetária, pelo aumento da taxa básica de juros brasileira, a Selic.
O persistente movimento de desancoragem das expectativas, somado aos riscos inflacionários provocados pela desvalorização cambial, deve levar o Copom a adotar uma postura ainda mais conservadora. Apesar do bônus de Itaipú, que tende a aliviar a inflação este mês, outros fatores já ameaçam o cumprimento da meta de inflação para este ano.
A decisão de aumentar a taxa de juros em 1,0% garantirá uma política monetária bastante restritiva, razão pela qual diversas empresas do varejo brasileiro entraram com pedido de recuperação judicial ao longo dos últimos anos.
O Copom deve realizar o aumento de 1% antecipado na última reunião. Na ocasião, ao elevar a Selic em 100 pontos base, o comitê “contratou” dois novos aumentos “da mesma magnitude”. A decisão de subir os juros rapidamente reflete, sobretudo, a necessidade de afastar qualquer dúvida quanto ao compromisso da nova gestão do Banco Central em relação à meta de inflação. Em dezembro, a decisão foi de um aumento de 1,00%.
Os impactos da decisão do Copom sobre o mercado de câmbio devem ser relativamente moderados por diversos motivos:
Portanto, o aumento da taxa Selic pode não trazer impactos imediatos ao dólar, uma vez que na avaliação dos agentes do mercado financeiro a aprovação de um novo pacote de cortes de gastos é mais relevante neste momento.
Esses fatores acabam atenuando os impactos da decisão do Copom sobre o mercado de câmbio. No entanto, o tom relativamente mais moderado de Donald Trump em relação às questões comerciais, podem continuar favorecendo, ainda que de forma transitória, as moedas dos países em desenvolvimento.
Apesar das apostas da Selic em torno de 15% no meio do ano, a expectativa é de que a economia siga relativamente resiliente, refletindo o bom momento do mercado de trabalho e o crescimento disseminado em diversos setores produtivos do país.
O aumento da Selic para patamares ainda mais elevados não tem se traduzido em grandes impactos para o setor de crédito. No entanto, a leitura de que o Copom irá estender este ciclo de aumentos pode trazer impactos a partir do segundo semestre deste ano.
No que diz respeito aos investimentos financeiros, a elevação da Selic segue garantindo bons rendimentos para investimentos em renda fixa e interrompe a queda dos rendimentos das aplicações em poupança, que vinha caindo desde o início do ciclo de cortes da taxa básica de juros.
A próxima reunião do COPOM ocorrerá nos dias 18 e 19 de março e deve contar com uma elevação da taxa Selic a 14,25% ao ano. O comunicado e a ata da reunião deste mês não devem fornecer pistas sobre os próximos passos do comitê, além daquelas que já haviam sido fornecidas em dezembro de 2024.
O Copom deixou claro na última reunião, realizada nos dias 10 e 11 de dezembro, que a luta contra a inflação continua. A autoridade monetária brasileira se diz vigilante em relação ao comportamento dos preços e antecipou dois novos ajustes de 1% nas reuniões de janeiro e março deste ano.
A nossa expectativa é de que o comitê estenda o ciclo de aumentos da Selic até, pelo menos, o segundo trimestre de 2025.
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