Reunião do Copom em maio manteve Selic inalterada em 13,75%

Reunião do Copom maio traz impacto para a economia nacional

A estratégia do Comitê de Política Monetária (Copom) deve continuar sendo a mesma: não fazer nada de diferente e mesmo assim produzir muito com isso.

A expectativa é de que o comitê mantenha a Selic inalterada no atual patamar, de 13,75%, nível em que se encontra desde a reunião de agosto de 2022.

Como a inflação doméstica tem convergido para patamares mais baixos, a expectativa é de que a taxa real de juros continue subindo, tornando os empréstimos e financiamentos cada vez mais proibitivos.

Além de tornar o custo do dinheiro excessivamente caro, a manutenção da Selic deve atrair cada vez mais capital produtivo ao mercado financeiro, o que também acaba por impactar o nível de atividade econômica.

Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom maio

A taxa de juros no Brasil é tão elevada neste momento que mesmo se o Copom optasse por iniciar o ciclo de cortes da taxa Selic na reunião desta quarta (3), isso não traria nenhum tipo de risco cambial ao país.

Dito de outra forma, a taxa Selic está tão elevada que nem mesmo alguns cortes graduais nos juros domésticos seriam capazes de produzir efeitos nocivos para a moeda brasileira em relação ao dólar norte-americano.

Como a taxa de juros deve permanecer elevada no país pelos próximos meses e como o Fed deve optar por encerrar o ciclo de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, a tendência de curto prazo é de continuidade do processo de valorização da moeda brasileira.

É claro que existem riscos, ademais estamos no meio de uma guerra no leste europeu e diante de um forte ciclo de aumento de juros na Europa e nos Estados Unidos, ainda assim, o cenário cambial para o Brasil é benigno.

O que muda no Brasil com os dados da reunião do Copom maio

Como o país já está no meio de um movimento de desaceleração da atividade econômica, a expectativa é de que não haja mudanças significativas com a decisão desta quarta-feira (3).

A atual taxa Selic é proibitiva para o setor produtivo nacional e deve continuar produzindo efeitos nocivos para a economia doméstica, com destaque para a perda de ritmo do mercado de trabalho e para a desaceleração de alguns setores como o industrial, registrada desde o fim do ano passado.

Se nada for feito e a autoridade monetária brasileira continuar apegada à necessidade de uma taxa básica de juros excessivamente elevada, devemos ter um segundo semestre ainda pior do ponto de vista da atividade econômica.

Próxima reunião do Copom

O Copom deixou claro na última reunião, realizada nos dias 21 e 22 de março, que segue vigilante em relação ao comportamento da inflação doméstica e que não hesitará em retomar o ciclo de aumento de juros caso a desinflação não transcorra como o esperado.

Apesar disso, com a recente diminuição relativa (acumulada anualmente) dos preços domésticos, o Copom deve adotar um tom ligeiramente mais amigável nesta quarta, podendo até fazer menção a um eventual relaxamento da política monetária à frente.

A próxima reunião do COPOM ocorrerá nos dias 20 e 21 de junho e pode trazer mudanças na condução da política monetária. 

A estimativa da Análise Econômica é de que a Selic permaneça em 13,75% até a quarta reunião do ano, em junho, quando o comitê deve começar o ciclo de cortes de juros.

Seguimos de olho!

Related posts

Governo decide revogar nova regra que aumentava fiscalização do Pix

Governo Central deve apresentar superávit fiscal robusto

Governo Federal deve seguir rota de ajustes fiscais em 2025