Reunião do Copom mantém a Selic em 13,75% em outubro

Assim como aconteceu em setembro, o Banco Central do Brasil decidiu manter taxa Selic inalterada em 13,75% na reunião de política monetária desta semana.

Apesar dos riscos externos, a taxa básica de juros do Brasil é uma das mais altas do mundo e conferem alguma segurança a esses riscos.

A taxa real de juro, descontado os efeitos inflacionários, é a mais alta do planeta e isso também é uma vantagem ao país, ainda que o custo da manutenção de uma taxa tão elevada signifique uma forte deterioração das contas públicas.

A escolha de manter a Selic nos atuais 13,75% havia sido antecipada pelo próprio Banco Central brasileiro na última reunião do Copom.

Reunião do Copom traz impacto na economia

Como a taxa real de juro do Brasil é a mais alta do mundo neste momento, em torno de 8% ao ano, a tendência é de que haja um forte desestímulo ao consumo interno, haja vista que os custos do crédito e de financiamento, por razões óbvias, subiram com a Selic.

O índice de custo do crédito, calculado pela autoridade monetária brasileira, mostra que o custo médio de empréstimos está no nível mais alto em muitos meses e isso certamente trará contração no consumo local.

Por enquanto, não há um movimento de desaceleração tão evidente porque de um lado o Banco Central puxa a corda para desacelerar a economia, mas, de outro, o governo continua promovendo medidas de estímulo à demanda agregada como, por exemplo, com a PEC das benesses.

Quando esse cabo de guerra entre Bacen e governo acabar, veremos um nítido movimento de perda de tração da economia nacional.

Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom

Apesar da importância da reunião do Copom, não esperamos por mudanças no câmbio em função da nossa decisão de política monetária.

Isso porque a Selic ficará imóvel até, pelo menos, junho do ano que vem. Além disso, pesam mais sobre a cotação da moeda brasileira as decisões de política monetária dos Estados Unidos e da Europa.

Com a inflação americana e europeia nas alturas, o mercado espera por novos e fortes ajustes nas taxas de juros por parte do Fed, o banco central dos Estados Unidos e do Banco Central Europeu.

Em teoria, quanto mais alta a taxa de juros nos Estados Unidos, mais desvalorizado tende a ficar as moedas conversíveis como é o caso do Real.

Apesar de movimentos fortes e localizados de valorização da nossa moeda, como  vimos no primeiro dia após o primeiro turno das eleições, a tendência de médio-longo prazo é de desvalorização do Real.

O que muda no Brasil com os dados da reunião do Copom

Apesar da manutenção da Selic no atual patamar de 13,75%, o custo do crédito deve continuar subindo no país.

Essa elevação do custo do dinheiro no mercado doméstico reflete duas coisas importantes: a primeira, é a percepção do mercado de que a Selic permanecerá elevada pelos próximos 8 meses. Em segundo, vem a expectativa de piora nos indicadores de inadimplência, dado o próprio encarecimento do crédito e a projeção de perda de tração da economia.

Com relação ao comunicado do comitê de política monetária, o colegiado ressaltou a deterioração do cenário externo e deixou a porta aberta para eventuais aumentos nos próximos meses, como já havia feito na reunião de setembro.

O comunicado desta quarta-feira (26) trouxe a possibilidade do Copom retomar os aumentos de juros caso o processo de desinflação não transcorra como o esperado. Porém, descartamos a possibilidade de novos aumentos de juros e entendemos que a sinalização do Copom é apenas uma forma de enviar um recado ao mercado, o de que o comitê se mantém vigilante em relação à inflação e ao cenário externo.

Próxima reunião do Copom



O ciclo de deflações mensais parece ter chegado ao fim no Brasil depois de uma ampla isenção/suspensão de impostos no país. De agora em diante é “vida normal”.

Apesar disso, as variações do IPCA no último trimestre devem ser muito mais moderadas do que vimos no começo deste ano.

O que tem de diferente agora é que os juros no exterior estão muito mais elevados e isso deve fazer o Copom comunicar uma cautela adicional em relação ao dólar.

Mesmo considerando essa deterioração do cenário externo, continuamos projetando o início de cortes do juros brasileiros apenas em junho de 2023.

Seguimos de olho!

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