Reunião do Copom em Setembro eleva Selic a 10,75%

Reunião do Copom traz impacto para a economia nacional

Reunião do Copom elevou a Selic depois de duas reuniões seguidas de manutenção da taxa básica de juros em 10,50%. Esse aumento,  de 0,25%, eleva a Selic a 10,75% ao ano.

O recente movimento de desancoragem das expectativas, associado aos riscos inflacionários decorrentes da estiagem, devem impor uma decisão mais conservadora por parte do Copom. O recente anúncio da aplicação da bandeira tarifária vermelha fase 1 sobre as contas de energia elétrica, pode colocar o IPCA perto do limite superior da meta este ano.

A decisão de aumentar a taxa de juros garantirá uma política monetária bastante restritiva, razão pela qual diversas empresas do varejo brasileiro entraram com pedido de recuperação judicial no ano passado.

Apesar do aumento da taxa de juros, a manutenção da taxa não estava totalmente fora de questão. Ainda assim, mesmo que o Copom mantivesse a Selic inalterada nesta reunião, como havia feito na reunião de política monetária de julho, ainda estaríamos sob a influência de uma política monetária fortemente restritiva com a taxa básica de juros em 10,75% ao ano.

Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom hoje

Os impactos da decisão do Copom hoje sobre o mercado de câmbio devem ser relativamente moderados por diversos motivos:

  • O mercado financeiro já havia precificado, em alguma medida, uma elevação da taxa básica de juros, ainda que uma parcela muito pequena dos agentes apostasse na manutenção da Selic até o final deste ano.
  • O mercado de câmbio parece estar mais sensível às condições macroeconômicas nos Estados Unidos e no Oriente Médio, ambas muito complexas.
  • No entanto, a opção pelo aumento da Selic pode ter como consequência algum movimento de valorização cambial.

Cabe dizer apenas que parte do movimento de desvalorização do real se deve às incertezas quanto às condições fiscais do país. Portanto, a elevação da taxa Selic não deve trazer tantos impactos quanto os desdobramentos políticos ao longo da semana.

Esses fatores acabam atenuando os impactos da decisão do Copom sobre o mercado de câmbio, mas considerando os elementos macroeconômicos que surgiram recentemente, a nossa expectativa é de que o dólar continue no corredor de R$5,45 ~ R$5,55 pelos próximos dias.

O que muda no Brasil com os dados da reunião do Copom hoje

Apesar da elevação da Selic, a expectativa é de que a economia siga resiliente, refletindo o bom momento do mercado de trabalho e o crescimento disseminado em diversos setores produtivos do país.

A manutenção da Selic em níveis elevados não tem se traduzido em grandes impactos para o setor de crédito do país, continua mostrando um movimento sólido de expansão. Os últimos números de crédito mostram um volume de concessão recorde de empréstimos e financiamentos no mês de julho.

No que diz respeito aos investimentos financeiros, a elevação ou manutenção da Selic segue garantindo bons rendimentos para investimentos em renda fixa e interrompe a queda dos rendimentos das aplicações em poupança, que vinha caindo desde o início do ciclo de cortes da taxa básica de juros.

Próxima reunião do Copom

O Copom deixou claro na última reunião, realizada nos dias 17 e 18 de setembro, que a luta contra a inflação ainda não terminou. A autoridade monetária brasileira se diz vigilante em relação ao comportamento dos preços e atenta aos dados macroeconômicos.

A próxima reunião do COPOM ocorrerá nos dias 5 e 6 de novembro e pode contar com uma nova elevação da taxa Selic, a 11% ao ano. O comunicado e a ata da reunião deste mês não forneceram pistas sobre os próximos passos do comitê.

A nossa expectativa é de que o comitê retome o ciclo de cortes de juros apenas a partir de 2025.

Seguimos de olho!

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