Reunião do Copom pode aumentar a Selic a 10,75% em setembro

Reunião do Copom traz impacto para a economia nacional

O Banco Central do Brasil deve decidir na próxima quarta-feira (18), por meio do Comitê de Política Monetária, pelo aumento da taxa básica de juros brasileira, a Selic.

O recente movimento de desancoragem das expectativas, associado aos riscos inflacionários decorrentes da estiagem, devem impor uma decisão mais conservadora por parte do Copom. O recente anúncio da aplicação da bandeira tarifária vermelha fase 1 sobre as contas de energia elétrica, pode colocar o IPCA perto do limite superior da meta este ano.

A decisão, ainda em aberto, de aumentar a taxa de juros garantirá uma política monetária bastante restritiva, razão pela qual diversas empresas do varejo brasileiro entraram com pedido de recuperação judicial no ano passado.

A despeito das apostas em torno da elevação da taxa de juros, a manutenção da taxa não está totalmente descartada. Ainda assim, mesmo que o Copom mantenha a Selic inalterada ao longo dos próximos meses, como fez na última reunião de política monetária, ainda estaríamos sob a influência de uma política monetária fortemente restritiva com a taxa básica de juros em 10,50% ao ano.

Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom

Os impactos da decisão do Copom sobre o mercado de câmbio devem ser relativamente moderados por diversos motivos:

  • O mercado financeiro já precificou, em alguma medida, uma elevação da taxa básica de juros, ainda que uma parcela muito pequena dos agentes aposte na manutenção da Selic até o final deste ano.
  • O mercado de câmbio parece estar mais sensível às condições macroeconômicas nos Estados Unidos e no Oriente Médio, ambas muito complexas.
  • No entanto, caso o Copom opte pela manutenção da Selic, podemos ter como consequência uma forte desvalorização cambial.

Cabe dizer apenas que parte do movimento de desvalorização do real se deve às incertezas quanto às condições fiscais do país. Portanto, a manutenção da taxa Selic não deve trazer tantos impactos quanto os desdobramentos políticos ao longo da semana.

Esses fatores acabam atenuando os impactos da decisão do Copom sobre o mercado de câmbio, mas considerando os elementos macroeconômicos que surgiram recentemente, a nossa expectativa é de que o dólar continue no corredor de R$5,55 ~ R$5,65 pelos próximos dias.

O que muda no Brasil com os dados da reunião do Copom

Apesar das apostas em torno da elevação da Selic, a expectativa é de que a economia siga resiliente, refletindo o bom momento do mercado de trabalho e o crescimento disseminado em diversos setores produtivos do país.

A manutenção da Selic em níveis elevados não tem se traduzido em grandes impactos para o setor de crédito do país, continua mostrando um movimento sólido de expansão. Os últimos números de crédito mostram um volume de concessão recorde de empréstimos e financiamentos no mês de julho.

No que diz respeito aos investimentos financeiros, a elevação ou manutenção da Selic segue garantindo bons rendimentos para investimentos em renda fixa e interrompe a queda dos rendimentos das aplicações em poupança, que vinha caindo desde o início do ciclo de cortes da taxa básica de juros.

Próxima reunião do Copom

O Copom deixou claro na última reunião, realizada nos dias 30 e 31 de julho, que a luta contra a inflação ainda não terminou. A autoridade monetária brasileira se diz vigilante em relação ao comportamento dos preços e atenta aos dados macroeconômicos.

A próxima reunião do COPOM ocorrerá nos dias 17 e 18 de setembro e deve contar com uma elevação da taxa Selic a 10,75% ao ano. O comunicado e a ata da reunião deste mês não devem fornecer pistas sobre os próximos passos do comitê.

A nossa expectativa é de que o comitê retome o ciclo de cortes de juros apenas a partir de 2025.

Seguimos de olho!

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