O ROA é um indicador que ajuda a identificar a rentabilidade da empresa e sua capacidade de gerar lucro aos acionistas. Entenda por que é relevante, como calcular e de que forma interpretar seu resultado.
O Return over Assets (ROA), ou Retorno sobre o Ativo, é um dos 10 indicadores financeiros essenciais para medir a evolução do negócio. Ele identifica o equilíbrio e a saúde das finanças corporativas. Além disso, pode ser usado por investidores, a fim de saber se é uma boa decisão adquirir as ações de determinada companhia de capital aberto.
Existem várias possibilidades de uso desse KPI. Por isso, vale a pena conhecê-lo e saber calculá-lo. Neste post, apresentamos essas informações e outras. Acompanhe!
O que é ROA?
ROA é um indicador de performance (KPI) que analisa a rentabilidade da empresa em relação à quantidade de ativos disponíveis. Assim, mede a eficiência do seu uso com foco na geração de lucro. A sigla significa Retorno sobre Ativos, sendo que o cálculo considera todos os elementos em que é feito investimento de capital ou que indicam promessa de lucro futuro.
Quanto mais elevado for o Return over Assets, melhor. Isso indica que os recursos estão sendo utilizados de maneira eficiente e geram lucro para o negócio. No entanto, sua análise vai além de descobrir esse resultado.
Ela também é relevante para obter insights. Isso porque a comparação de dados de diferentes companhias de um mesmo setor permite entender como está o seu negócio em relação à concorrência — o que pode trazer oportunidades para elevar a vantagem competitiva.
Portanto, esse KPI tem relação com a ideia de lucratividade e rentabilidade. Afinal, quando os ativos são utilizados de maneira eficiente, a empresa tem a chance de vender mais e aumentar seu lucro.
Qual a diferença entre ROA, ROE e ROI?
ROA é uma métrica que avalia a eficiência da utilização dos ativos de uma empresa para gerar lucro. Já o ROE mensura a rentabilidade em relação ao capital próprio investido, indicando o retorno aos acionistas. Por outro lado, o ROI é uma métrica que avalia o retorno em relação ao investimento total, seja em ativos, seja em capital próprio. Ele serve para avaliar a rentabilidade geral de um projeto ou investimento.
Todas essas métricas são relevantes para as tomadas de decisão das empresas, assim como para a análise fundamentalista dos investidores. Dessa forma, verificá-las é uma forma de diminuir os riscos ao investir.
Aqui, vale a pena destacar que esses indicadores são complementares, não excludentes. Além disso, eles são elusivos, pois ignoram variáveis que interferem nos resultados da empresa, como custos e dívidas.
Isso exige que ROA, ROE e ROI sejam analisados em comparação com outros indicadores. Desse modo, trazem uma análise mais completa.
Para entender melhor, trazemos a explicação desses KPIs, a seguir.
ROA
Mostra a capacidade da empresa gerar lucros a partir dos ativos totais, demonstrados no balanço patrimonial. Portanto, indica como o capital dos acionistas é investido e quanto traz de lucro líquido para o negócio.
ROE
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido indica como a empresa é capaz de agregar valor aos seus produtos ou serviços, utilizando os recursos disponíveis. Assim, o ROE é um indicador de rentabilidade, que também mensura a eficiência na gestão dos ativos.
Quando elevado, o resultado sinaliza um bom pagamento de lucros aos acionistas. Também indica que a empresa consegue reinvestir seu patrimônio.
ROI
O Retorno sobre o Investimento é um KPI mais conhecido e utilizado por mostrar o sucesso de uma estratégia, a fim de indicar se a medida é sustentável. Por isso, é uma métrica mais estratégica, que permite simular cenários e ver qual a viabilidade das ideias em médio ou longo prazo.
Como calcular o ROA?
A fórmula para calcular o ROA é:
ROA = (lucro líquido ÷ total de ativos) × 100
Agora, imagine que uma empresa teve um lucro líquido de R$ 250 mil, com um ativo total equivalente a R$ 1 milhão. Aplicando os valores na fórmula, temos:
ROA = (R$ 250.000 ÷ R$ 1.000.000) × 100
ROA = 0,25 × 100
ROA = 25%
Assim, perceba que você precisa ter o lucro líquido e o ativo total da empresa antes de calcular o ROA. A informação sobre lucro líquido está na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), enquanto o total de ativos está no balanço patrimonial.
Também é interessante saber como esses números aparecem nos relatórios contábeis. O lucro líquido — também chamado de lucro operacional — vem do total de lucro bruto menos os custos operacionais, como insumos, recursos humanos e tributação.
No caso do mercado financeiro, o lucro líquido surge após o pagamento de dividendos para ações preferenciais. No entanto, é considerado antes do repasse para os investidores com ações ordinárias.
Já o ativo total é composto por ativo circulante e imobilizado. O ativo circulante é, basicamente, o dinheiro que a empresa tem em caixa. Enquanto o ativo imobilizado é a soma dos recursos utilizados na produção, como terrenos, equipamentos, prédios, contratos futuros e mais.
Qual a importância do ROA na hora de investir?
A importância do ROA na hora de investir é a análise da capacidade da empresa de pagar dividendos e juros sobre capital próprio. Ou seja, essa é uma forma de garantir que o retorno financeiro oferecido tenha alto potencial. Isso ajuda a tomar decisões melhores para as aplicações financeiras, melhorando a rentabilidade da carteira de investimentos.
Perceba que esse indicador ajuda a entender como está o desempenho da empresa. Para ela, serve como informação, a fim de melhorar os resultados. Portanto, pode ajudar no controle de custos e despesas.
Para o investidor, é a oportunidade de comparar negócios e verificar qual deles é o mais sustentável para alocar seu dinheiro. Por isso, ainda que o ROE costuma ser o primeiro indicado observado no mercado de ações, o ROA também é relevante.
Quando você faz essa análise, pode encontrar uma empresa iniciante com um resultado do indicador melhor do que outra, que está há anos no mercado. Essa informação é útil, porque você identifica o potencial da empresa para o futuro.
Afinal, quando o ROA é alto, indica que a empresa tem tendência de crescimento. Assim, ela pode melhorar o retorno dos acionistas via dividendos e oferecer mais liquidez.
Quais devem ser os cuidados ao analisar o ROA?
- Compare os resultados considerando empresas do mesmo setor de atuação.
- Analise as variações temporais.
- Verifique as diferenças contábeis.
- Avalie outros indicadores para ter uma visão mais ampla.
- Evite fazer uma análise exclusivamente baseada em métricas.
- Saiba se a empresa busca manter sua vantagem competitiva.
Ou seja, o ROA é um dos fatores relevantes para a sua tomada de decisão. Porém, esses cuidados na análise do Return over Assets são fundamentais para evitar uma visão distorcida dos fatos.
Para entender melhor cada um dos pontos acima, criamos uma explicação sobre cada um deles. Confira quais devem ser os cuidados ao analisar o ROA.
1. Compare os resultados considerando empresas do mesmo setor de atuação
Não existe um número mágico que determine o que é um Return over Assets alto ou baixo. Esse indicador muda de um segmento para outro conforme a natureza do negócio e a própria estrutura dos ativos.
Portanto, a sua visão somente será clara ao comparar empresas do mesmo segmento de atuação. Dessa forma, você estabelece um patamar justo. Caso contrário, poderá ter a impressão de que o negócio está muito bem ou mal, mas essa impressão estar totalmente equivocada.
2. Analise as variações temporais
Situações específicas podem interferir no resultado do Retorno sobre Ativos. Alguns exemplos que levam a essa influência são alienações, aquisições e atividades que impactam o lucro líquido ou o total de ativos de forma temporária.
Portanto, o recomendado é fazer a análise ao longo do tempo. Além disso, é preciso avaliar as variações no ROA para interpretar o resultado.
3. Verifique as diferenças contábeis
Se você optar por investir em outros países, precisa verificar as diferenças contábeis daquele local. Isso porque pode haver alterações nas exigências.
A mesma situação pode acontecer entre empresas, já que pequenas divergências podem existir. Portanto, sempre analise as práticas contábeis, tenha certeza de que elas são compatíveis e considere as possíveis diferenças.
Nesse sentido, também vale a pena conhecer os detalhes sobre contabilidade internacional. Isso trará uma análise mais clara.
4. Avalie outros indicadores para ter uma visão mais completa
O Retorno sobre os Ativos (ROA) não é um indicador isolado. Ele deve ser complementado pela análise de outras métricas para trazer uma visão mais clara da saúde financeira e da performance organizacional.
Entre os indicadores que devem ser analisados em conjunto estão o ROE, o índice de endividamento, a margem de lucro e a liquidez. O ROI tem outro foco, mas também ajuda a complementar a sua avaliação.
5. Evite fazer uma análise exclusivamente baseada em métricas
Engana-se quem pensa que as métricas são os únicos fatores relevantes. Apesar de serem fundamentais por serem indicadores quantitativos, você também deve agregar aspectos qualitativos à sua avaliação.
Quando você alia números e aspectos relacionados à qualidade, consegue perceber se a empresa tem realmente um bom potencial de sucesso a longo prazo. Por isso, verifique critérios como qualidade da gestão, posição competitiva, estratégia de negócios e riscos do segmento de atuação.
6. Saiba se a empresa busca manter sua vantagem competitiva
Fazendo uma análise qualitativa junto à quantitativa, você identifica se a empresa mantém sua vantagem competitiva e quais são os esforços empregados nessa iniciativa. Ou seja, os planos para o futuro organizacional passam a ser considerados, ao mesmo tempo que fica mais claro como o negócio gera lucros.
Essa visão é bastante relevante, já que a vantagem competitiva é o fator que assegura o sucesso do negócio. Isso porque ela é influenciada por diferentes fatores, como o nível de maturação, o contexto socioeconômico em que está inserida e seu histórico de resultados. Portanto, todos esses critérios devem ser analisados.
Com todas essas informações, você já consegue entender, calcular e interpretar o resultado do ROA. Afinal, esse número é útil tanto para a gestão empresarial quanto para as decisões de investimento, tanto no Brasil quanto no exterior. A partir disso, basta se planejar financeiramente e contar com uma plataforma de transferências internacionais para fazer as suas operações.
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Resumindo
O ROA de uma empresa é o indicador que avalia a rentabilidade do negócio a partir do uso dos ativos disponíveis. Ou seja, ele verifica quanto foi gerado de lucro a partir de determinado investimento realizado. Isso é feito a partir da perspectiva da eficiência do uso dos recursos, com o objetivo de gerar resultados. A sigla significa Return over Assets, ou Retorno sobre Ativos.
O ROA é o Retorno sobre Ativos, que indica a eficiência do uso dos recursos disponíveis para gerar lucro para a empresa. Por sua vez, o ROE é o Retorno sobre Patrimônio Líquido, que analisa como o negócio agrega valor a partir dos ativos utilizados. Portanto, esses indicadores são complementares.
Para calcular um ROA, use a fórmula: ROA = (lucro líquido ÷ total de ativos) × 100. Por exemplo, a empresa teve um lucro líquido de R$ 250 mil e tem um ativo total equivalente a R$ 1 milhão. Aplicando os valores na fórmula, temos um ROA de 25%.