O Brasil tem as suas próprias particularidades. Seja devido ao fato de sermos enquadrados na categoria de emergente, que sofre as consequências do rótulo, ou devido a própria dinâmica do país. Um exemplo é como a safra de grãos influencia a nossa economia, inclusive o câmbio.
Uma de nossas características mais essenciais da economia brasileira é o fato de sermos um país exportador de commodities. Ano após ano, nos mantemos nas primeiras posições dos rankings divulgados.
Os impactos desse aspecto não se limitam à quantidade de grãos exportados e qual será o preço negociado. Aqui, um detalhe importante é que os preços oscilam (e muito) de acordo com a oferta e demanda mundial, que é impactada pelo clima, necessidades e mais uma infinidade de fatores, o que faz com que uma perspectiva de qual será o preço do algodão daqui um ano seja, praticamente, uma missão impossível de prever.
Outra implicação do perfil exportador recai em nosso câmbio, que é influenciado pela quantidade de dólares que entra e sai daqui.
Com isso, quanto mais exportamos a um preço bom, mais dólares e menor fica a sua cotação. Por essa razão, que é tão importante acompanharmos qual é o volume das nossas maiores exportações, as commodities, e quais são as suas perspectivas de preço e volume.
Em 2017, batemos o recorde na produção de grãos por aqui, que ficou conhecida como a supersafra. Foi ótimo para a nossa economia e para a entrada de dólares por aqui.
Agora, estamos acompanhando os preços da atual safra 2018/2019, que devem continuar remuneradores. Dessa vez, os destaques de produção foram o milho e o algodão. A soja, que é um de nosso carros-chefes decepcionou com uma produção 3,6% menor, mesmo com aumento de 2% da área de plantio. Além do que, a produção deve ser de 239,7 toneladas. Mais uma boa safra.
Mas agora, a expectativa mesmo está por conta da próxima safra que começará a ser plantada agora, pois já há quem diga que renovará os recordes, tornando-a, novamente, uma nova supersafra.
Dessa vez, a perspectiva está melhor para a soja. Ponto positivo: a guerra comercial entre os EUA e China, libera espaço para exportação da soja nacional para os principais mercados consumidores do mundo.
Ponto negativo: O destino é, principalmente, a China, porém com a gripe suína africana, a importação de soja para ser utilizada como ração pode ficar comprometida. Então, o grande mercado que poderia ser acessado, pode não ser tudo isso.
Para os produtores, ainda não é o melhor cenário pois deverão aproveitar os picos de alta do dólar para conseguirem manter as suas margens altas.
Para o dólar, ainda que tenhamos ótimas safras, os estoques a nível global estão num patamar mais elevado (devido a produção norte-americana e argentina), a demanda chinesa será menor e os preços deverão cair. Com isso, acreditamos que o patamar do dólar não conseguirá cair devido a entrada da moeda por aqui puxada pelas exportações de commodities agrícolas. Se por um lado, ter safras maiores e mais produtivas, é bom, se há grande oferta aqui e lá fora, fica mais difícil termos ganhos e exportações mais expressivas.
Portanto, seguiremos de olho nos preços e nível de produção de grãos pelo mundo para que possamos ter boas perspectivas para queda do dólar. Por ora, temos a visão da moeda com piso de R$ 3,80.
Glenda Mara Ferreira é Economista, bacharel em Relações Internacionais com experiência em planejamento financeiro. Atualmente é especialista em investimentos na Levante. Possui uma conta no Instagram sobre finanças pessoais e economia: @glendamara_ferreira
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