Semana de Copom e inflação pode trazer nova volatilidade ao mercado de câmbio

A semana começou com a moeda brasileira se valorizando em relação ao dólar após a reunião do Federal Reserve, que manteve a taxa de juros inalterada, trazendo alívio aos mercados globais. A declaração do presidente do Fed, Jerome Powell, reconhecendo os problemas inflacionários e sugerindo a manutenção das taxas de juros, impulsionou a valorização do real em cerca de 1,3% na última quinta-feira. Enquanto isso, na Europa, as prévias de preços ao consumidor na Alemanha e França mostraram aceleração, mas os dados do PMI Industrial evidenciaram a fragilidade econômica da região, com a Zona do Euro permanecendo em terreno contracionista.

Quer saber mais sobre Brasil, EUA, Zona do Euro e Reino Unido? Acompanhe a seguir os desdobramentos destes e outros acontecimentos.

Real x dólar

Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,1148 na segunda-feira (29/abr), um nível 1,5% inferior à abertura da semana anterior (22/abr). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (3/mai) cotado a R$5,1077, patamar 0,9% inferior à abertura da sexta-feira anterior (26/abr). Entre as aberturas desta sexta (3/mai) e da segunda-feira da semana anterior (22/abr), vimos uma valorização do real em relação ao dólar de 1,7%.

A moeda brasileira retomou sua valorização em relação ao dólar após um período prolongado de desvalorização. Uma parte desse avanço do real pode ser atribuída à reunião de política monetária do Federal Reserve, cuja decisão foi anunciada na quarta-feira (1). 

Embora o Fed tenha mantido a taxa de juros inalterada, conforme esperado pela maioria dos analistas, o comunicado divulgado após a reunião trouxe alívio ao mercado. Em linhas gerais, o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, reconheceu os problemas inflacionários locais e afirmou que o comitê de política monetária está preparado para agir contra a alta de preços, mas sugeriu que novos aumentos de juros estão descartados por enquanto.

A declaração de Powell tranquilizou os mercados financeiros globais, e a moeda brasileira também se beneficiou desse movimento, registrando uma valorização de cerca de 1,3% apenas na última quinta-feira (2). Essa reação positiva ocorreu após preocupações sobre a possibilidade de aumento das taxas de juros, motivadas pela evolução do índice de preços mais utilizado pelo Fed, o PCE, no primeiro trimestre do ano.

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Real x euro

O euro abriu o pregão de segunda-feira (29/abr) cotado a R$5,4720. Na abertura desta sexta-feira (3/mai), a cotação foi de R$5,4834. Portanto, houve uma desvalorização de 0,2% do real frente à moeda europeia, mantendo o movimento de desvalorização que foi observado na semana anterior.

Com relação ao dólar, a moeda europeia ganhou força esta semana, mantendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0693 na segunda (29/abr) para US$1,0724, nesta sexta (3/mai). Portanto, vimos uma valorização do euro de aproximadamente 0,3% (leia-se: é preciso mais dólares para comprar um euro).

A semana iniciou com a divulgação das prévias de preços ao consumidor na Alemanha e França. Em ambos os países, na comparação mensal, houve aceleração: na Alemanha houve aumento de 0,5% ante 0,4% e na França, o aumento também foi de 0,5%, mas ante 0,2%. 

Na terça-feira (30) foram divulgadas as prévias do PIB em diversos países e também do bloco como um todo. O resultado mostrou aceleração no crescimento da Zona do Euro no primeiro trimestre de 2024 ante o último trimestre de 2023 (0,3% ante -0,1%); esse movimento positivo do PIB ocorreu também nas principais economias do bloco: Alemanha (0,2% ante -0,5%), França (0,2% ante 0,1%) e Itália (0,3% ante 0,1%).

No entanto, a divulgação do PMI Industrial reforçou a fragilidade da Europa continental. Os dados da Zona do Euro permaneceram no terreno contracionista (abaixo de 50 pontos) desacelerando com relação ao mês anterior (45,7 ante 46,1). O resultado foi impulsionado pelos dados da Alemanha, França e Itália, com destaque para a Itália que entrou no terreno contracionista no mês de abril.

Por fim, os dados de desemprego do bloco mostraram estabilidade com relação ao mês anterior, permanecendo em 6,5% em linha com o que o mercado estava projetando.

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Real x libra esterlina

A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (29/abr) cotada a R$6,3889, patamar mais baixo que o registrado nesta sexta-feira (3/mai), R$6,4088. Trata-se de uma desvalorização de 0,3% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de desvalorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.

Em relação ao dólar, a moeda inglesa ganhou força essa semana, mantendo a tendência de valorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (3/mai) cotada a US$1,2534 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2493, uma valorização de 0,3% da moeda britânica em relação ao dólar.

No Reino Unido, a semana teve poucos indicadores relevantes, concentrando-se nas prévias PMI’s Industrial, Serviços e o Composto. Em todos os casos, os números vieram acima do que o mercado estava esperando.

O primeiro a ter sido divulgado, PMI Industrial, apresentou desaceleração com relação ao mês de março, entrando no terreno contracionista (49,1 ante 50,3). No entanto, o indicador veio acima do que o mercado estava esperando: queda para 48,7 pontos.

Por outro lado, o PMI de Serviços mostrou a força do setor na economia britânica. O indicador manteve-se no terreno expansionista (55 pontos), acelerou-se na comparação com o mês anterior (53,1) e veio acima do que o mercado projetava (54,9).

Por fim, o PMI Composto também mostrou trajetória ascendente impulsionado pela aceleração no setor de serviços. O dado revelou a manutenção no campo expansionista (54,1), aceleração com relação ao mês de março (52,8) e acima do previsto pelo mercado (54,0).

Esse impulso assimétrico da economia deu algum fôlego para a libra, que também foi beneficiada pela queda do dólar depois que Powell afastou, por ora, a possibilidade de algum aumento de juros nos Estados Unidos.

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Perspectivas

Embora o real tenha apresentado avanços em relação ao dólar recentemente, o cenário de curto e médio prazo mudou consideravelmente. A persistente inflação nos Estados Unidos provavelmente manterá os juros inalterados por um longo período, limitando possíveis valorizações prolongadas do real.

Na Europa, a estagnação econômica pode motivar o Banco Central Europeu a iniciar um ciclo de cortes de juros antes de seu equivalente americano. Embora o mercado tenha acolhido essa possibilidade com confiança, existe o risco de uma desvalorização intensa do euro em relação a outras moedas, como ocorreu no final de 2022.

A próxima semana trará decisões e indicadores significativos. O Copom deliberará sobre a taxa de juros no Brasil, enquanto o IBGE e o BLS divulgarão os índices de inflação do Brasil e dos Estados Unidos do mês anterior. Com esses resultados, é possível que vejamos mais volatilidade pela frente.

Seguimos de olho

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