A troca de ataques entre Estados Unidos e Irã colocou o mundo em estado de alerta e impactou a cotação do dólar frente o real. Após dias de tensão, o presidente Trump amenizou o tom em relação à crise com o Irã, mas clima ainda é de incerteza.
As tensões entre EUA e Irã parecem ter arrefecido no mesmo ritmo em que escalaram. É praticamente um consenso entre especialistas que a ação do presidente Donald Trump, por mais descoordenada que possa ter sido, era esperada pelo Irã.
Por outro lado, a resposta do Irã ao atacar as bases americanas no Iraque também era esperada, especialmente por ter sido comunicada diplomaticamente. Desse modo, como diz o ditado, “chumbo trocado não dói”, e Trump já veio a imprensa com tom mais ameno, falando em sanções econômicas e calmaria no regime iraniano.
Não obstante a relativa calmaria diplomática entre quarta e quinta-feira, o “privilégio exorbitante” do dólar se manteve firme, fortalecendo a moeda estadunidense em meio ao conflito.
Por outro lado, a moeda brasileira perdeu força especialmente após o resultado da produção industrial brasileira referente a novembro que registrou queda forte de 1,2% em meio a expectativas de recuperação.
Isso posto, o câmbio do dólar saiu dos R$ 4,0565 na abertura do pregão de segunda-feira (6) e atingiu R$ 4,0905 na abertura do pregão desta sexta-feira (10). Trata-se de uma depreciação do real de aproximadamente 0,84%.
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André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.