Tipos de ações: conheça os 5 principais

Quando se fala em investimentos, o mercado financeiro traz oportunidades variadas, tanto na renda fixa quanto na renda variável. No segundo caso, é comum pensar na bolsa de valores e no investimento em empresas. Mas você sabia que existem diferentes tipos de ações das companhias listadas?

Conhecer as características de cada tipo é importante para entender os impactos de cada uma na sua carteira e, até mesmo, direcionar as decisões de investimento. Porém, é bastante comum que surjam dúvidas sobre o assunto. Afinal, o mercado de investimentos tem várias particularidades.

Quer saber mais sobre o assunto? Então continue a leitura deste conteúdo para saber o que são ações, quais são os 5 principais tipos e como escolher as opções ideais para investir.

Vamos lá?

O que são ações no mercado de investimentos?

Uma ação é a menor parte do capital social de uma sociedade anônima. Nas empresas de capital aberto, as ações são disponibilizadas para os investidores interessados no mercado financeiro. Em geral, elas são negociadas na bolsa de valores brasileira (B3).

Para emitir esses ativos e disponibilizá-los no mercado, a empresa precisa passar por uma série de etapas. Elas são regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela B3.

Ao adquirir uma ação, o investidor passa a ter direito de compartilhar dos resultados do negócio. 

É possível obter ganhos, por exemplo, pela distribuição dos lucros ou com a venda do papel após a valorização. Ademais, existem estratégias que permitem obter lucro com quedas no mercado ou com o aluguel dos ativos.

Para adquirir uma ação, você precisará ter conta em uma corretora de valores ou banco de investimentos. Assim, é possível acessar o home broker — plataforma das instituições financeiras que dá acesso ao ambiente de negociação da B3.

Nele, você tem acesso a todos os ativos e derivativos da bolsa, incluindo as ações. Para encontrar os papéis de seu interesse, basta pesquisar pelo nome ou pelo ticker. Esse é um código de negociação formado por letras e números que ajudam a identificar a empresa relacionada à ação e o tipo de papel.

Quais são os 5 principais tipos de ações?

As ações podem ser de diferentes tipos, sendo que as características podem afetar direitos dos investidores ou o funcionamento do ativo. A seguir, conheça os 5 principais tipos e as particularidades de cada um!

1. Ações ordinárias

Para começar, vale conhecer as ações ordinárias. Elas costumam ser representadas pela sigla ON e é o tipo de papel que traz mais direitos ao acionista. Inclusive, em alguns segmentos de listagem da B3, a empresa só pode emitir esse tipo de ação.

O primeiro diferencial é que ela garante o direito ao voto nas assembleias da companhia. Então o investidor pode participar das decisões, mas o seu peso na decisão será proporcional ao número de ações que possui.

Outro direito importante é o tag along. Ele assegura ao acionista minoritário o direito de vender suas ações por, pelo menos, 80% do valor pago aos majoritários. Assim, caso a companhia seja vendida, mesmo os pequenos investidores terão proteção.

Além disso, o estatuto da empresa pode prever percentuais maiores. Em diversos segmentos de listagem da B3, como o Novo Mercado, a empresa deve assegurar um de tag along de 100%. No home broker, elas costumam ser identificadas pelo número 3 ao final do ticker.

2. Ações preferenciais

As ações preferenciais são identificadas pela sigla PN. Elas não garantem direito a voto e não precisam assegurar o tag along — embora as empresas possam adotar essa postura. Ainda, existem segmentos de listagem da B3, como o Nível 2 que exigem o tag along de 100% mesmo para ações PN.

O seu principal diferencial é que ela garante preferência aos acionistas no caso de pagamento de proventos. Alguns exemplos são os dividendos e os juros sobre capital próprio (JCP) distribuídos por diversas companhias. Isso também pode garantir direito a um montante maior nos pagamentos.

Outro momento em que o acionista com essas ações têm preferência é no reembolso de capital, como no caso de falência da empresa. Nesse cenário, os pagamentos devidos são feitos inicialmente aos credores da companhia e, em seguida, aos acionistas preferenciais (antes dos ordinários).

Já em relação ao ticker, o mais usual é que ele termine com o número 4. Porém, se a empresa contar com classes diferentes de ações — não há diferença prática para o investidor entre elas — os tickers também podem terminar em 5, 6, 7 ou 8.

3. Units

As Units também são conhecidas como certificados de depósito de ações. Ou seja, elas não são ações individuais, funcionando como um pacote de diferentes papéis ON e PN.

O número de ações de cada Unit, assim como a proporção entre cada tipo de ativo, são definidos pela companhia emissora. Portanto, o investidor deve pesquisar as informações específicas antes de decidir pelo investimento. A vantagem é que ele consegue entregar benefícios tanto das ações ordinárias quanto das preferenciais.

Também é importante ter atenção ao ticker: ele terá final 11. Porém, essa numeração é a mesma usada nos códigos de outros investimentos da bolsa, como fundos de investimento imobiliário (FIIs) e exchange traded funds (ETFs).

4. Ações nominativas

Além das três classificações que você viu, é válido conhecer as ações nominativas — que podem ser ordinárias, preferenciais ou Units. Nesse caso, elas estão em nome de seus donos — com vinculação ao CPF ou CNPJ do investidor.

Isso significa que, quando o acionista compra o papel, o seu nome passa a integrar um livro de registro das ações nominativas da empresa. Quando os ativos são negociados na bolsa, passando de um investidor para o outro, o registro precisa ser atualizado.

Atualmente, todas as ações precisam ter essa vinculação aos acionistas como forma de trazer mais transparência ao mercado financeiro. Ademais, o registro também será feito pela própria bolsa de valores.

5. Ações escriturais

Por fim, vale conhecer as ações escriturais. O diferencial é que elas não possuem um documento individual que comprove a sua existência. Na prática, esses ativos surgem a partir do registro em uma conta de depósito específico para essa finalidade.

Portanto, quando um investidor adquire uma ação escritural, uma instituição específica (escrituradora) abrirá uma conta individual para essa movimentação. Todos os dados sobre o investidor e a transação ficam registrados ali.

Essa escrituração precisa ser feita por instituições específicas, autorizadas pela CVM e devidamente contratadas pela companhia emissora das ações. Vale saber que uma ação escritural sempre será nominativa, podendo ser ordinária, preferencial ou Unit.

Quais são as classes de ações?

Além de conferir os tipos de ações, vale saber que elas também podem ser classificadas conforme o valor de mercado da companhia. Veja quais são as possibilidades!

Blue Chips

O termo Blue Chips faz referências às fichas de poker — as azuis são as mais valiosas. Essas ações também são conhecidas como large caps ou big caps. Elas se referem aos papéis das companhias de maior valor ou maior capitalização do mercado.

De modo geral, essas são companhias mais consolidadas e conhecidas pelos investidores. Com isso, as suas ações também tendem a ser mais negociadas na bolsa. Pelo mesmo motivo, as Blue Chips tendem a apresentar um nível menor de risco ao investidor e são melhores distribuidoras de dividendos.

Isso porque a maior consolidação costuma fazer com que elas precisem fazer menos reinvestimentos. Como são mais negociadas, essas ações também costumam ter maior liquidez. Ou seja, há mais interessados na compra, agilizando o processo de resgatar o valor aportado.

Mid Caps

Ao estudar tipos de ações, vale conhecer as Mid Caps. Nesse caso, elas são empresas com um valor de mercado intermediário — entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões. Elas costumam apresentar níveis médios de liquidez e riscos, podendo ou não ser boas distribuidoras de dividendos.

Small Caps

Por fim, vale conhecer as small caps. Elas são as ações emitidas por empresas que têm um valor de capitalização mais baixo entre as 3 classificações vistas. O montante varia entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões.

Essas são empresas menores e, muitas vezes, ainda em desenvolvimento. No entanto, isso não significa que elas não sejam conhecidas pelos investidores ou que tenham destaque no mercado.

O diferencial é que, por ainda estarem em uma trajetória de maior desenvolvimento em busca de consolidação, elas apresentam um maior potencial de crescimento. Logo, é comum que distribuam menos dividendos, embora possam dar um retorno maior em valorização.

Por outro lado, elas apresentam mais riscos, já que ainda buscam mais espaço no mercado. Isso pode fazer com que menos investidores tenham interesse em sua negociação, reduzindo a liquidez.

Como saber qual o melhor tipo de ação para investir?

Conhecendo tantos tipos de ações, é comum se perguntar qual é o melhor tipo para investir. Entretanto, não existe uma resposta exata para essa pergunta. O motivo é que a resposta depende das suas características como investidor e da estratégia adotada.

Para auxiliar na tomada de decisão, veja as dicas para saber  qual o melhor tipo de ação para investir!

Considere o seu perfil de investidor

O primeiro passo para escolher entre os tipos de ações disponíveis no mercado é encontrar o seu perfil de investidor. Ele pode ser:

  • conservador: tem menor tolerância aos riscos e prioriza segurança nos aportes;
  • moderado: aceita mais riscos, mas ainda busca alternativas seguras para a carteira;
  • arrojado ou agressivo: prioriza a rentabilidade do investimento, ainda que isso envolva riscos mais elevados.

Como você viu, as ações podem ter diferentes níveis de riscos a depender do seu tipo. Portanto, o perfil pode ajudar a direcionar a sua decisão.

Avalie os seus objetivos financeiros

Além do perfil, considere os seus objetivos financeiros. Se você deseja ter lucros com a valorização dos ativos, as Small Caps podem ter um potencial maior de retorno. Por outro lado, quem busca renda passiva pode investir em Blue Chips e priorizar ações do tipo ON.

Observe a sua estratégia de investimentos

Também é preciso considerar a sua estratégia de investimentos de maneira completa. Isso porque, ao escolher entre tipos de ações, você precisa entender como os novos ativos podem complementar a sua carteira.

De que forma as novas ações podem ajudar a conquistar os objetivos e como elas vão se comportar em relação aos demais investimentos do seu portfólio? Essa análise mais ampla ajudará a guiar decisões.

Faça a análise dos papéis de interesse

Além de saber em quais tipos de ações investir, é preciso saber como escolher um ativo específico. Para tanto, vale a pena fazer uma análise individual de cada alternativa, conforme a sua estratégia.

Quem faz day trade, por exemplo, busca lucros no curtíssimo prazo. Nessa situação, o mais comum é usar a análise técnica, analisando as movimentações do mercado, como preço dos ativos, volume de negociação e tendências gráficas.

Já quem investe no longo prazo pode fazer a análise fundamentalista. Ela verifica os fundamentos da empresa por meio de diferentes indicadores — como o EBITDA. Assim, há chances de identificar o potencial de crescimento e resultados do negócio, sem se prender às oscilações de curto prazo que são comuns devido à volatilidade da bolsa de valores.

Diversifique a carteira com diferentes ações

Ao considerar diferentes tipos de ações, saiba que você não precisa se limitar a apenas uma opção. É interessante montar uma carteira diversificada, contando com diferentes papéis e, até mesmo, outros tipos de investimentos, como títulos de renda fixa, fundos e alternativas do exterior.

Essa prática ajuda a equilibrar os riscos da sua carteira, já que a queda de um ativo pode ser compensada pelo bom desempenho de outro. Do mesmo modo, há chances de aumentar o potencial de retorno das suas alocações.

Como você aprendeu, o mercado financeiro conta com diferentes tipos de ações. Conhecendo as classificações, você terá mais dados para analisar as características de cada ativo. Assim, será possível tomar decisões mais embasadas para compor a sua carteira e buscar a conquista de seus objetivos.

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Resumindo

O que são ações?

As ações são a menor parte do capital social de uma empresa. Elas são negociadas nas bolsas de valores pelas empresas de capital aberto.

Como as ações podem ser classificadas?

Elas podem ser dos seguintes tipos:

– Ações Ordinárias;
– Ações Preferenciais;
– Units;
– Ações nominativas;
– Ações escriturais.

Além disso, a depender do valor de mercado da companhia, elas podem ser classificadas em Small Caps, Mid Caps ou Blue Chips.

Como escolher a ação ideal para investir?

A decisão é sempre individual. Vale considerar os seguintes fatores para ajudar na escolha:

– perfil de investidor;
– objetivos financeiros;
– estratégia de investimentos;
– análise dos ativos;
– diversificação da carteira.

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