O assunto poderia estar saturado, mas, como a pandemia de coronavírus ainda não passou, avaliar seus impactos no cotidiano da sociedade e em diversos segmentos da economia é uma constante. Com o setor de Turismo não é diferente.
No Brasil, o turismo corresponde a 3,7% do PIB segundo as estatísticas básicas do Ministério do Turismo, o que permite estimar o quanto a economia brasileira será afetada pela pandemia. Mas, esse setor não é o único. Na pesquisa do Sebrae de abril de 2020, por exemplo, 58,9% dos pequenos negócios interromperam suas atividades por conta da pandemia.
Assim, ao mesmo tempo que as pessoas desejam uma vacina para essa doença, esses números também lançam um desafio para empresários, governantes e sociedade de como retomar o crescimento do país, certo?
Para ajudar a mapear o desafio, reunimos dados sobre a reação do setor de turismo, novos procedimentos de viagens e exemplos de alguns destinos que já estão próximos da normalidade. Confira.
Quais os impactos da pandemia no turismo?
Com a necessidade de isolamento, o fluxo de pessoas e bloqueios sanitário dos países, toda a cadeia de serviços do turismo foi severamente afetada. Empresas como a companhia aérea Avianca decretaram falência ainda nos primeiros meses de 2020.
Hotéis, pousadas, bares e restaurantes também tiveram suas demandas e rotinas afetadas. Salvo restaurantes que atuaram em esquema delivery, muitos negócios fecharam suas portas por completo e, com isso, tiveram que fazer demissões em massa.
Como os destinos turísticos no Brasil estão se adaptando?
Pela importância do turismo para o PIB brasileiro, rapidamente o governo se posicionou e trouxe apoio para o setor. Um deles foi a campanha do Ministério do Turismo intitulada: “Não cancele, remarque”, sugerindo que os passageiros não cancelassem suas passagens.
Além disso, a regionalização e as viagens curtas tornaram a preferência dos turistas segundo a Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo (ABBTUR). Assim, muitos destinos brasileiros estão se adaptando.
Os resorts na Bahia, por exemplo, reduziram o número de hóspedes, exigem o uso de máscaras nas dependências dos hotéis e apenas as praias exclusivas podem ser utilizadas. Para fomentar o turismo, os governos locais também aumentaram a infraestrutura da área da saúde para atender possíveis demandas.
No Rio de Janeiro, depois das praias fechadas, alguns pontos turísticos tradicionais começaram a ser reabertos usando protocolos de segurança. O mesmo aconteceu no Beto Carrero e nas cataratas do Iguaçu.
Como os destinos turísticos no exterior estão se adaptando?
Alguns destinos internacionais tiveram poucos casos de coronavírus ou, já venceram as ondas de contágio. Assim, conseguiram reabrir o turismo mais cedo.
É o caso da Croácia, Maldivas e a Ucrânia. A primeira já abriu suas fronteiras, inclusive para turistas brasileiros, servindo como um ponto de quarentena antes que eles possam prosseguir para outros destinos europeus.
As Maldivas já estão com os protocolos de COVID-19 suspensos desde junho de 2020, mas com os voos domésticos cancelados ou em menor volume, a maioria dos turistas ainda chegam por iates ou jatos particulares.
Quais as perspectivas e medidas para viabilizar o turismo de lazer e de negócio?
Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, a retomada do turismo vai ser lenta. Os primeiros movimentos serão no retorno do consumo e viagens essenciais, para negócios, saúde ou visitas a parentes.
Depois, as viagens domésticas, principalmente de carro e de curta duração, serão realizadas para lazer e trabalho. E, por fim, os eventos culturais voltarão aos calendários.
De acordo com o mesmo estudo, a expectativa é que a circulação nacional normalize apenas no início de 2021 e o turismo internacional, no segundo semestre do mesmo ano.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) criou uma cartilha com medidas e protocolos de segurança, como: redução e distanciamento do público, limpeza periódica de ambientes, aferição da temperatura, uso de máscaras e fornecimento de kits para viagens mais seguras. Além disso, algumas cidades e países têm regras ainda mais específicas.
O caminho para a normalização do turismo é longo, mas, a pandemia também acelerou a implantação de algumas medidas sanitárias e comportamentais que podem ser valiosas para o futuro.
Mas, será que a economia brasileira, de forma geral, está encontrando aprendizados como é o caso do turismo na pandemia? Fizemos essa reflexão em outro conteúdo e, por isso, recomendamos a leitura sobre os reais impactos da pandemia na economia brasileira.
Resumindo
O turismo corresponde a 3,7% do PIB brasileiro, e, como foi bastante afetado pela pandemia, seu número já oferece uma perspectiva sobre os impactos econômicos nos próximos anos.
De acordo com a cartilha da OMT, é preciso ter redução e distanciamento do público, uso de máscaras, limpeza periódica, aferição de temperatura são algumas delas.
Países como a Itália e França já estão abrindo seus pontos turísticos, porém, apenas destinos como Croácia, Maldivas e Ucrânia estão próximos à normalidade, dispensando em alguns casos o atestado médico.