Worldcoin: como funciona projeto de venda de íris do World ID

Zoom em olho humano. A cor é castanho e a pele é de uma pessoa preta

Recentemente, paulistanos têm comparecido a centros de verificação para participar do projeto World ID, que utiliza o escaneamento da íris para criar um sistema de validação de identidade baseado em biometria. Em troca, os participantes recebem recompensas em criptomoedas (worldcoin), que podem ser convertidas em dinheiro. A iniciativa já atraiu mais de 400 mil brasileiros, mas levanta questões sobre privacidade e segurança de dados.

Com o avanço da inteligência artificial, a Tools for Humanity, empresa por trás do projeto, argumenta que será essencial provar a identidade humana para evitar fraudes e a atuação de bots. No entanto, a compensação financeira e o uso de dados biométricos sensíveis têm gerado críticas, especialmente em relação ao consentimento e à conformidade com leis de proteção de dados, como a LGPD.

Quer saber como o projeto funciona, os desafios enfrentados e por que ele está gerando tanto debate? Acompanhe a matéria completa para entender os desdobramentos dessa proposta.

O que é World ID?

O World ID é um sistema de identidade digital desenvolvido pelo projeto World (antigo Worldcoin), liderado pela Tools for Humanity, co-fundada por Sam Altman, criador da OpenAI, e Alex Blania. Ele utiliza a biometria da íris para criar uma forma única e anônima de “prova de humanidade”, com o objetivo de diferenciar pessoas de bots e sistemas automatizados em um mundo cada vez mais digital.

Ele é baseado em um processo de escaneamento da íris. Assim, para utilizar o sistema, o usuário precisa baixar o aplicativo oficial do World e configurar sua conta. Posteriormente, ele realiza uma verificação presencial utilizando o dispositivo Orb, uma esfera especialmente projetada para capturar a biometria da íris e convertê-la em um código criptografado único. A empresa afirma que as imagens da íris não são armazenadas, apenas o código gerado, garantindo anonimato e segurança.

Quais os riscos de compartilhar sua íris?

Compartilhar a biometria da íris apresenta riscos, como o vazamento de dados únicos e imutáveis, semelhante à exposição de impressões digitais. Ainda, há incertezas sobre a segurança e transparência no uso desses dados, levando países como Espanha e Portugal a proibirem práticas semelhantes. 

Além disso, a troca de dados biométricos por dinheiro levanta preocupações éticas, podendo ser vista como exploração de populações vulneráveis.

A empresa afirma que as imagens da iris são deletadas e substituídas por um código anônimo

Cpntudo, a Tools for Humanity afirma que, após o escaneamento da íris, os dados coletados são criptografados e substituídos por um código anônimo, sendo posteriormente deletados do dispositivo de coleta, o Orb. A empresa também enfatiza que não armazena informações pessoais como nome, e-mail ou telefone, assegurando que o controle dos dados permanece com o usuário por meio do aplicativo. Por fim, há a possibilidade de exclusão permanente das informações a qualquer momento, diretamente pelo aplicativo.

Onde escanear a íris?

Atualmente, o escaneamento da íris no projeto World ocorre exclusivamente na cidade de São Paulo, Brasil, em 38 pontos físicos. Os interessados precisam baixar o aplicativo World App, agendar um horário e comparecer a um dos locais indicados pela empresa.

Quanto é para vender a íris?

A chamada “venda da íris” não é exatamente uma comercialização direta, mas sim um processo em que os participantes consentem em ter a imagem de suas íris escaneada como parte do projeto World. Em troca, os usuários recebem recompensas financeiras em forma de criptomoedas, as quais chegam até 25 unidades da criptomoeda da companhia conhecidas como Worldcoin (WLD), e equivalem a R$ 300 convertidas por cada íris.

Quanto vale 1 Worldcoin em reais?

O preço atual do de 1 Worldcoin (WLD) é R$ 12,00.

O que os usuários dizem sobre o projeto de venda de íris por Worldcoin

Muitos usuários que participaram do projeto de venda de íris por Worldcoin destacaram o incentivo financeiro como o principal atrativo. Em São Paulo, por exemplo, uma participante mencionou que “o valor é interessante, e o processo foi rápido”, enquanto outra afirmou que “apesar de parecer seguro, ainda sinto receio por ser algo muito futurístico”.

Por outro lado, alguns expressaram dúvidas e insegurança sobre a utilização dos dados. “Disseram que os dados não são armazenados, mas como saber se isso é realmente verdade?”, questionou um participante. Mesmo assim, a proposta de diferenciar humanos de robôs e evitar fraudes foi vista por alguns como inovadora e necessária, como relatou um jovem: “É perigoso, mas se fosse realmente arriscado, tanta gente não estaria participando.

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Resumindo

Como funciona o World ID?

O World ID utiliza a biometria da íris para criar uma identidade digital única e anônima. O usuário deve baixar o aplicativo e configurar a conta, que funciona como uma carteira digital conectada a moedas digitais e tradicionais. Em seguida, agenda-se uma verificação presencial com o dispositivo Orb, uma esfera projetada para escanear a íris. Durante o escaneamento, o dispositivo gera um código criptografado único que comprova a humanidade do usuário sem armazenar a imagem da íris. Após a verificação, o usuário recebe incentivos em criptomoeda nativa (WLD), parte entregue imediatamente e o restante distribuído ao longo de 12 meses

Quanto pagam pela íris?

A chamada “venda da íris” não é exatamente uma comercialização direta, mas sim um processo em que os participantes consentem em ter a imagem de suas íris escaneada como parte do projeto World, mas podem chegar até 25 unidades da criptomoeda da companhia conhecidas como Worldcoin (WLD), e equivalem a R$ 300 convertidas por cada íris.

Crédito de imagem: Envato Elements

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